A culpa é nossa? Não. A culpa é de todas as necessidades que criaram para nós. Se alguém quer vender cirurgia, inventa uma nova moda. Um dia, quem sabe, vamos estar mudando a aparência interna das nossas orelhas. Vamos deixa-las sem aquelas voltinhas porque será a moda do momento. E essa moda é colocada de maneira tão eficiente na nossa cabeça que passa a ser uma necessidade de vida ou morte. É como se você não pudesse ser feliz da maneira que é hoje.
É possível mudar isso da noite para o dia? Não. O mercado vai continuar querendo vender e a gente vai continuar querendo ser perfeita e a bola de neve só vai aumentar. Mas sabe o que a gente pode fazer? Entender que somos incríveis do jeito que somos, que temos muito mais a oferecer ao mundo do que uma bunda sem celulite – mesmo que uma bunda sem celulite seja linda – e questionando cada uma das nossas maluquices.
Como você lida com os pelos do seu corpo?
Esse ano tivemos novamente casos de cirurgias plásticas que quase tiraram a vida de mulheres – por sorte, Andressa Urach se recuperou -, vimos a Bella Falconi, uma das maiores blogueira fitness, contar como a loucura da malhação maltratou seu corpo e acompanhamos milhares de discussões sobre obesidade – o blog Não Sou Exposição fala sobre o tema e é incrível. E acredito que todas essas questões deixaram bem claro que há perigos por todos os lados e que amar nosso corpo e aceita-lo talvez seja a única ideia segura.
Transar estando insegura com o corpo é um saco. A vontade não é a mesma, o desempenho deixa a desejar e o orgasmo não passa nem perto da gente. Afinal, ficamos mais preocupadas em esconder aquilo que nos incomoda do que em curtir o momento.
‘Tenho vergonha da minha barriga na hora do sexo’
Em 2015, espero que a gente consigo olhar para o que gosta no nosso corpo e aceitar aquilo que não é da maneira que gostaríamos. Que sejamos livres para mudar o que nos incomoda sem colocar nossa vida em risco para estar bem para o outro e não para nós mesmas.
Pesquisa aponta que mais de 70% das mulheres não está totalmente satisfeita com o corpo
Que em 2015 diminua o número de mulheres infelizes com o corpo. E que sejamos mais amigas e deixemos em 2014 a mania de apontar os defeitos da outra – que às vezes nem são defeitos para ela – só para nos sentirmos melhor.
Por carol_patrocinio