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Domingo, 12 Outubro 2014 19:02

Filho de presidente da Guiné Equatorial faz acordo com justiça dos EUA

De acordo com um comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, no acordo aprovado na sexta-feira por um tribunal californiano, o segundo vice-presidente da Guiné Equatorial - também conhecido como Teodorin - aceitou vender a sua mansão em Malibu, na Califórnia, um Ferrari e seis estátuas em tamanho real de Michael Jackson.

"Alegra-me ser capaz de por fim a este longo e custoso calvário", disse Teodorin Obiang, num comunicado divulgado na página oficial do Governo equato-guineense.

"Concordei em resolver este caso, apesar dos tribunais federais norte-americanos referirem consistentemente que o Departamento de Justiça não tinha causa provável para apoderar-se das minhas propriedades, que foram adquiridas com fundos obtidos em conformidade com as leis do meu país e através de negócios dentro e fora da Guiné Equatorial", sublinhou o também vice-presidente equato-guineense.

O filho de Teodoro Obiang disse ainda que o caso se "converteu numa distração significativa" para as suas responsabilidades oficiais e "uma irritação desnecessária na relação entre a Guiné Equatorial e os Estados Unidos".

De acordo com o comunicado do Departamento de Justiça norte-americano, cerca de 20 milhões de dólares irão para uma organização de caridade ativa na Guiné Equatorial e, outros 10,3 milhões de dólares de multa para os Estados Unidos serão redistribuídos ao povo equato-guineense, em função da legislação do país.

Os Estados Unidos acusavam Teodorín de ter comprado todos os seus bens com dinheiro proveniente de corrupção no seu país.

O segundo vice-presidente da Guiné Equatorial, que tem um salário anual de 100 mil dólares no governo do país, poderá manter o seu avião particular, um iate de luxo e a maioria da coleção de objetos de Michael Jackson, mas esses objetos poderão ser apreendidos se foram levadas para os Estados Unidos.

Segundo a justiça norte-americana, o segundo vice-presidente teria usado a sua influência para obter 300 milhões de dólares, através da corrupção e branqueamento de capitais, o que viola as leis dos Estados Unidos e da Guiné Equatorial.

Teodorin também está ainda sob investigação em França por branqueamento de capitais públicos, abuso de confiança e de bens públicos, em conexão de outro caso de corrupção que envolve três líderes africanos, incluindo o seu pai, Teodoro Obiang, no poder desde 1979.

No Brasil, a justiça também estava a investigar as compras de imóveis feitas por Teodorin.

Liderada desde o final dos anos 1970 por Teodoro Obiang Nguema, a Guiné Equatorial aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no início deste verão, na cimeira de Díli, apesar dos protestos de várias organizações defensoras de direitos humanos.

LUSA

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