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Quarta, 11 Junho 2025 20:03

Guiné Equatorial desaconselha viagens para os EUA após decisão de Donald Trump

O vice-Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, desaconselhou os equato-guineenses a viajarem para os EUA, em resposta à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de proibir a sua entrada no país desde segunda-feira.

"Recomendo aos meus compatriotas que deixem de viajar para os Estados Unidos até que o país reconsidere a sua decisão", disse, terça-feira, o vice-Presidente e filho do Presidente Obiang, acrescentando que Malabo tem "excelentes relações" com os EUA, o seu "principal parceiro económico e investidor".

No mês passado, o país centro-africano confirmou que estava em conversações com Washington para receber migrantes de países terceiros, concretizando assim a promessa de campanha de Donald Trump de um programa maciço de expulsão de imigrantes ilegais.

A medida de proibição de entrada nos Estados Unidos, que afeta igualmente outros 11 países, "não terá qualquer impacto" na Guiné Equatorial, "uma vez que menos de 50 equato-guineenses viajam todos os anos para os Estados Unidos", segundo o vice-Presidente.

Vários países africanos manifestaram surpresa e preocupação com a medida anunciada por Trump.

O Chade, que tinha decidido suspender reciprocamente os vistos para os cidadãos norte-americanos, anunciou hoje que tinha encetado um "diálogo construtivo" para "aliviar as preocupações relativas aos vistos", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Cerca de seis em cada dez jovens africanos tencionam emigrar no prazo de três anos, principalmente para encontrar um emprego e tendo os Estados Unidos como principal destino, segundo um inquérito recente realizado pela Fundação da Família Ichikowitz em 16 países do continente.

De acordo com uma publicação recente da embaixada norte-americana em Malabo, na rede social X, 70% dos estudantes e 22% dos turistas da Guiné Equatorial que viajaram para os Estados Unidos ultrapassaram o prazo de validade dos seus vistos.

"Se conhecerem alguém que não tenha um visto válido, digam-lhe para regressar imediatamente à Guiné Equatorial", declarou a embaixada.

A Guiné Equatorial, um pequeno país de 1,6 milhões de habitantes, outrora considerado um ‘El Dorado’ graças ao seu petróleo, foi durante muito tempo poupada ao êxodo de jovens que está a afetar outros países africanos.

Mas uma década de recessão económica mudou tudo e, com o colapso dos preços do petróleo, a economia entrou em recessão em 2023 e o desemprego atingiu 8,5%, de acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento.

A Guiné Equatorial integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), juntamente com Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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