Vai doer, mas rigor só nos fará bem", apontou o representante dos empresários e industriais angolanos sobre a previsível política financeira que o Fundo Monetário Internacional (FMI) introduzirá na gestão das contas públicas angolanas. O FMI anunciou que Angola solicitou um programa de assistência para os próximos três anos, cujos termos serão debatidos nas Reuniões de Primavera, em Washington, e numa visita ao país.
"É uma boa notícia, que vem atrasada. Mas mais vale tarde do que nunca", comentou ainda José Severino, recordando que a quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional desde 2014 e o arrefecimento do crescimento económico da China - que compra metade do petróleo angolano - tornaram a "chamada do FMI" a Angola "inevitável". Para o presidente da AIA, o FMI "será bem-vindo" a Angola, por obrigar o país a fazer uma "política de acerto": "Partimos tarde, mas temos de o fazer", disse ainda.
Combater "com coerência" a evasão fiscal, racionalizar a despesa pública e o tamanho do aparelho do Estado, promover a aposta em setores primários como a produção agrícola no interior ou facilitar o investimento estrangeiro para diversificar a atividade indústria e fomentar as exportações são bandeiras que a AIA espera ver desenvolvidas neste programa de assistência.
O Ministério das Finanças de Angola justificou esta quarta-feira o pedido de um programa de assistência do FMI com a necessidade de aplicar políticas macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam às necessidades financeiras do país.
O presidente da AIA entende que parte das medidas que o FMI poderia exigir, no âmbito deste programa de assistência, até já foram implementadas, como o corte total no subsídio aos combustíveis, apoio que permitia manter os preços da gasolina e do gasóleo artificialmente baixos e que em definitivo terminou no final de 2015.
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