Depois de ter assegurado um financiamento de 6 bilhões de dólares da China, o governo angolano anunciou a conclusão de uma operação de emissão de obrigações tipo “eurobond”, no valor de 1,5 bilhões de dólares. Estas duas operações juntam-se a outras que ocorreram ao longo do ano nos mercados internacionais.
Uma compilação das várias operações, feitas pela consultora Eaglestone, inclui empréstimos de mais 450 milhões de dólares do Banco Mundial, de 500 milhões de dólares da Société Générale, de 500 milhões de dólares do BBVA, 250 milhões da Goldman Sachs e outros 250 milhões da Gemcorp Capital.
Somados aos 7,5 bilhões de dólares das mais recentes operações, estes 1950 milhões de dólares perfazem um total de 9,45 bilhões de dólares. A meta anunciada pelo vice-presidente Manuel Vicente, oficialmente para projetos de infraestruturas essenciais no período 2016-2017, era de 10 bilhões de dólares.
Para a Eaglestone, o sucesso na emissão de obrigações, no caso angolano e de outros países africanos como a Zâmbia, mostra que os mercados mostram-se pouco preocupados com a conjuntura adversa destes países, que são exportadores de matérias-primas a braços com a queda das suas receitas de exportação.
A procura “significativa” na emissão de 1,5 bilhões, em que Angola teve o apoio de grandes bancos internacionais, deverá levar as autoridades angolanas a realizar “outras emissões de obrigações no futuro”, segundo a Eaglestone. Diminui ainda a dependência em relação a “fontes de crédito tradicionais” – empréstimos bilaterais, comerciais e linhas de crédito.
Contudo, os níveis de endividamento começam a aproximar-se de níveis considerados elevados para países no estádio de desenvolvimento de Angola. A dívida em relação ao PIB deverá escalar 15 pontos este ano: de 42,2 por cento para 57 por cento, de acordo com a Eaglestone.
AM