Segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA), no início de Outubro de 2014, antes do agravamento da quebra da cotação internacional do barril de crude, cada dólar norte-americano – moeda utilizada nas transacções com o exterior e no mercado interno informal – valia Kz 98,511, o que compara com os actuais Kz 108,513.
Trata-se da taxa oficialmente registada pelo BNA a 27 de Março, equivalente a uma subida de 10 por cento em apenas seis meses, mas ainda longe dos valores praticados no mercado informal.
Conforme a Lusa constatou ontem, cada nota de dólar estava a ser transaccionada nas ruas de Luanda a mais de Kz 150 ou uma nota de 100 U$D vale Kz 15,000 – recurso devido às limitações no acesso a divisas que continuam a existir nos bancos comerciais -, ainda assim abaixo dos máximos de Kz 200 (para comprar cada dólar) de Janeiro e Fevereiro.
Em 2014, até ao mês de Outubro, a venda de cada dólar cifrou-se sempre em menos de Kz 100.
A situação reflecte-se, no dia-a-dia, no aumento dos preços (reconhecido pelas autoridades), com o argumento da grande dependência angolana das importações. Transacções que são feitas em dólares e que, por isso, estarão agora mais caras, face ao kwanza, afectando nomeadamente produtos alimentares.
Alguns economistas têm defendido a necessidade de o executivo avançar para uma desvalorização da moeda nacional, para atenuar a subida da moeda estrangeira, medida que já foi reclamada pelos próprios empresários.
O petróleo representou cerca de 70 por cento das receitas fiscais em 2014, mas a quebra da cotação internacional do barril de crude deverá fazer descer esse peso, segundo o Governo, para 36,5 por cento em 2015 e já obrigou à revisão do Orçamento Geral do Estado para este ano.
Entre 23 e 27 de Março, através dos habituais leilões semanais, o BNA vendou aos bancos comerciais USD 300 milhões em divisas, montante idêntico ao da semana anterior.
LUSA