João Moita fez uma curta exposição inicial, na qual sublinhou ter dupla nacionalidade - portuguesa e angolana - e está, portanto, "limitado" por algumas regras de sigilo de Luanda.
A versão de que a derrocada do Banco Espírito Santo aconteceu por causa do fim da garantia soberana do Estado Angolano e por causa do elevado nível de exposição do BESA, com muitos milhões de euros concedidos em crédito irrecuperável, é mentira. João Moita, quadro do BES Angola quis desmistificar o tema.
O homem responsável pelo Risco diz que é incompreensível que o BESA tenha passado de bestial a besta reconhece que existia risco, sim, mas que estavam a tratar recuperação de crédito com medidas muito agressivas e que é natural ser concedido crédito sem garantias.
«Nem todo o crédito é dado com garantia», vincou perante os deputados. E acrescentou: «Por vezes dávamos crédito em que a garantia não cobria a totalidade do crédito. Para a realidade com que trabalhamos não é muita [a percentagem]. A minha sensibilidade é que não é muito diferente de outros bancos em Angola», frisou.
O ex-quadro do BES Angola adiantou que, em 2011, 41% do crédito concedido pelo banco não tinha garantias, uma percentagem que, diz, não será «muito diferente» da de outras entidades angolanas.
«A percentagem que reportámos em 2011 era de 41%», disse o responsável na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, depois de questionado sobre a percentagem de crédito concedido pelo BESA sem garantias. De acordo com o responsável, foi enviado em 2011 um relatório para o BES, em Lisboa, onde tal percentagem era revelada.