O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, considerou hoje, em Luanda, que a linha de montagem de tractores que começa a funcionar a partir deste mês, na Zona Económica Especial (ZEE), vai permitir tornar barato os preços dos tractores em Angola.
Ao falar à imprensa, após a cerimónia do termo de entrega do prazo para o arranque da construção da fábrica de montagem de tractores, o governante sublinhou que a linha de montagem é importante para desenvolver o sector agrícola do País.
O termo de entrega do prazo para construção da linha de montagem foi rubricado pelo Xeike Ahmed Dalmoor Al Maktoum, dos Emirados Árabes Unidos, e pelo ministro angolano da Agricultura e Florestas e testemunhado pelo presidente cessante da ZEE, António Henriques da Silva,
António Francisco de Assis informou que o equipamento para a fábrica encontra-se no mar e dentro de dias chega ao país, para começar a funcionar e atender as necessidades do mercado.
Sem avançar os valores que Angola gasta com a importação de tractores, por não ser uma acção própria do Estado, disse que o país tem uma situação anómala quando comparada com o resto do mundo.
Em Angola, acrescentou, por um tractor de 50 cavalos paga-se USD 50 mil (cinquenta mil dólares norte-americanos), que devem ser pagos à vista, não há financiamento para pagar tractores de forma parcelada ou crédito.
De acordo com o titular da pasta da Agricultura, o Governo está a trabalhar no sentido de mudar o quadro, criando facilidades para reforçar projectos privados desta natureza.
“Temos aqui uma vantagem que vai gerar postos de trabalhos para jovens angolanos, que serão formados por eles. O pessoal será formado em função das necessidades. Deverá ser em função da capacidade, competência e disciplina, para maximizar o sector produtivo”, disse.
“Temos que começar a ter financiamento para o produtor agrícola comprar tractor com períodos de carência adequado, com prazos de reembolso adequado, não na modalidade que existe no país actualmente, que tem de se entregar tudo num só dia”, frisou.
Ao falar em nome da ZEE, António Henriques da Silva disse entender que a fábrica representa um novo momento no esforço de diversificação da economia, por ser uma fábrica vocacionada para a montagem de tractores num sector chave para a economia.
António Henriques da Silva realçou o facto de a linha de montagem gerar novos postos de trabalho e com a produção local de peças abrir-se uma oportunidade para outros empreendedores investirem na cadeia de valor.
O projecto, com capacidade de produção de 5 mil tractores por ano, vai gerar mil postos de trabalho directo.
O Xeike visitou outros empreendimentos que podem servir para instalação de uma linha de montagem para autocarros, tendo em conta o interesse demonstrado para iniciativas empresariais, bem como um ramal ferroviário que vai conectar a ZEE a outras infra-estruturas de transportes, tornando mais baixos os custos de logística e transporte.
Os Emirados Árabes Unidos pretendem investir em Angola cerca de dois mil milhões de dólares americanos, em variados sectores, como a agricultura, electricidade e gás.
No que concerne a outros projectos no país, o Xeike Ahmed Dalmoor Al Maktoum confirmou a construção, dentro de dois anos, de um armazém para produtos petrolíferos, numa aposta que considerou estratégica para Angola.
Ahmed Dalmoor Al Maktoum, que está em Angola desde terça-feira para uma visita de 48 horas, manifestou o desejo de recrutar o maior número de angolanos possível para os projectos em curso no país.
Esta visita visa materializar o Projecto dos Centros de Excelências de Serviços Agrícolas em Angola, bem como impulsionar questões relacionadas com os “pré-acordos” rubricados com o Ministério da Agricultura e Florestas de Angola.
A intenção é dar sequência às iniciativas para o desenvolvimento da Fazenda América, no Cuanza Sul, bem como ao Programa de Mecanização Agrícola em Angola, plasmados nos referidos Memorandos de Entendimento entre os dois Estados.