O ativista Luaty Beirão, um dos 17 arguidos que hoje começaram a ser julgados em Luanda acusados de atos preparatórios para uma rebelião, diz que a decisão sobre este caso está nas mãos do Presidente José Eduardo dos Santos.
No julgamento com início marcado para esta segunda-feira, a acusação usa lista de nomes discutida na rede social. Luaty seria o procurador-geral. “Uma conspiração não ocorre num debate público”, diz o advogado que lançou a discussão.
A 14.ª secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, nos arredores da capital, deverá iniciar hoje o julgamento de 17 jovens ativistas angolanos, 15 dos quais em prisão preventiva desde junho, acusados de prepararem uma rebelião.
Alguns dos 17 ativistas acusados pela Justiça angolana de preparem uma rebelião, que começam a ser julgados na segunda-feira em Luanda, terão mantido contactos com dirigentes da UNITA, poucas semanas antes das detenções, segundo a acusação.
O advogado Luís Nascimento afirma o caso dos 17 ativistas que na segunda-feira começam a responder em tribunal, em Luanda, pelo crime de rebelião, é uma “encenação” para “amedrontar” e “desviar a atenção” dos problemas de Angola.
Inês Oliveira não obteve visto, apesar de ser convidada do Estado angolano. O motivo, acredita, foi o seu apoio público a Luaty Beirão e restantes presos políticos. O consulado alega que há apenas um atraso na atribuição do visto
A Amnistia Internacional considerou hoje que o julgamento de 15 ativistas angolanos detidos é um “teste crucial” à independência do sistema judiciário, apontando o prolongamento da prisão preventiva como um sinal de “justiça travestida” existente em Angola.