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Domingo, 15 Mai 2016 21:18

Ordem dos Enfermeiros angolanos deteta três a quatro certificados falsos por dia

A Ordem de Enfermeiros de Angola detecta em média três a quatro certificados falsos por dia no processo de inscrição naquela instituição, anunciou hoje a secretária-geral.

Ana Maria Pascoal alertou para a situação, que considerou preocupante, quando falava em alusão ao Dia Internacional do Enfermeiro, que hoje se assinala, tendo recordado que estão inscritos na ordem cerca de 33.600 profissionais, mas apenas 7.640 carteiras foram emitidas desde 2012.

Segundo Ana Maria Pascoal, o número de carteiras emitidas é bastante inferior ao número de inscritos, porque o processo de verificação é minucioso.

"Todo o cuidado é pouco, porque nós queremos separar o trigo do joio, não podemos vacilar", disse Ana Maria Pascoal.

A secretária-geral da Ordem dos Enfermeiros sublinhou que a mera inscrição não dá o direito a exercer a profissão, mas muitas instituições de saúde públicas e privadas ainda admitem profissionais de enfermagem sem a carteira profissional.

"Ainda temos um grosso dentro das instituições públicas e privadas, e muitos deles com documentação falsa, reconhecida como falsa pelos órgãos de direito, como a Inspecção-geral da Saúde, mas não há um feedback das instituições, tanto públicas como privadas", lamentou a responsável.

Às instituições de saúde, a ordem pede colaboração para detectar esses casos, salientando que existem também muitas carteiras falsas a circular.

Sobre a data, a secretária-geral da ordem elogiou o trabalho dos enfermeiros angolanos, sublinhando que no país há unidades de saúde cujo atendimento de um elevado número de populares é assegurado apenas por auxiliares de enfermagem.

De acordo com Ana Maria Pascoal, a classe enfrenta muitos problemas salariais, contudo o seu papel é desempenhado com profissionalismo.

"Temos muitos problemas salariais, a maioria dos profissionais de enfermagem não auferem o salário devido, não estão bem inseridos dentro da carreira, há uma grande insatisfação, o que não afecta em nada a actividade laboral", frisou.

Ana Maria Pascoal elogiou a resposta dos enfermeiros angolanos aos apelos do Ministério da Saúde e da ordem para acudir o pico mais alto da epidemia de febre-amarela e malária em todo o país.

"Todos os profissionais de enfermagem arregaçaram as mangas para combater essa epidemia e inclusive até aqueles que ainda não laboram em nenhuma unidade hospitalar, tanto pública ou privada, que desde que terminaram a sua formação ainda não conseguiram um emprego digno, mas apareceram em massa mediante o apelo", acrescentou.

© Lusa

 

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