O julgamento dos 17 ativistas, acusados de prepararem uma rebelião, decorre sob fortes medidas de segurança. Os jornalistas continuam sem poder entrar na sala de audiências.
As sessões arrancaram na segunda-feira, na 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, e estão agendadas até sexta-feira. Mas, em quatro dias, além da leitura da acusação e do despacho de pronúncia, só três dos 17 arguidos foram ouvidos; o interrogatório de um deles continuará na sexta-feira.
Segundo David Mendes, um dos quatro advogados que defendem os jovens ativistas, os interrogatórios poderão durar duas semanas.
Procuradora "está a usar uma máscara"
No entender de Mendes, até agora, o julgamento está a correr "bem".
"Estamos a fazer uma mistura de perguntas, mas também a debater as provas. Estamos a questionar vários elementos acarretados como elementos de prova, que não são. Questionámos como é que o juiz da causa seria ele próprio a trazer provas para o processo. Isso significa um juízo inquisitório e o nosso sistema é acusatório. Foi, para nós, um erro processual muito grave."
Em entrevista aos jornalistas, num dos intervalos da sessão desta quinta-feira (19.11), Mendes teceu críticas ao trabalho da Procuradora.
"Está-se a cometer alguns erros que podem vir a concorrer para a anulação do processo, se continuarem. Mas, na generalidade, o juiz está-se a portar bem com a excepção de uma ação muito clara que nós protestámos", precisou o advogado.
"A Procuradora está a usar uma máscara que ninguém sabe quem está aí escondida. Para nós isso é muito grave. A Procuradora representa o Estado e o Estado não se pode esconder. A Procuradora está a esconder o seu rosto, não quer que ninguém saiba quem é ela, o que é grave".
DW Africa