Em causa está a situação do estado de saúde de Luaty Beirão que se encontra em greve de fome há 21 dias, é um dos 15 jovens - dois em liberdade provisória - acusados formalmente desde 16 de setembro passado de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre o prorrogação do prisão preventiva.
Amigos e familiares dos ativistas juntaram-se estes últimos três dias nas escadarias da igreja da Sagrada Família, em Luanda, numa vigília com velas e cartazes apelando à libertação imediata dos jovens, com a situação de Luaty Beirão, de 33 anos, a motivar a maior preocupação.
"Estamos a fazer pressão para que apressem a decisão, seja ela qual for. Isso vai decidir se o Luaty fica vivo ou não. Não podem ficar mudos. O Luaty pode morrer a qualquer momento, está há 21 dias sem comer. Numa greve de fome devia ingerir três litros de água, quando nem meio litro consegue. Os órgãos já começam a deixar de funcionar e todos os dias apresenta um quadro diferente", disse ainda a esposa, durante a ação.
Henrique Luaty Beirão foi transferido sexta-feira, dia 2, para o hospital-prisão de São Paulo, em Luanda
Os presos são conhecidos por em diversas ocasiões terem denunciado a corrupção e as violações aos direitos humanos por parte das autoridades governamentais. Idênticas denúncias têm sido feitas por diversas organizações não governamentais e por entidades internacionais, como o Parlamento Europeu, a Aministia Internacional e a comissão de direitos humanos das Nações Unidas.