Quinta, 02 de Outubro de 2025
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Quinta, 02 Outubro 2025 19:56

Agricultura cresce 1,7% em Angola e pecuária recua 2,5% em 2024 – INE

A produção agrícola angolana cresceu 1,7% em 2023/24, mas a pecuária registou uma quebra significativa, sobretudo na carne caprina, nos ovos e no leite, em relação à campanha anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O Anuário Estatístico da Agricultura e Florestas de 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística, que compara as duas últimas campanhas agrícolas, revela que a área semeada aumentou 2,3%, para 6,17 milhões de hectares, sendo o setor familiar responsável por mais de 90% da superfície cultivada.

A produção global de culturas vegetais atingiu 28 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,7% face ao ano anterior.

As raízes e tubérculos mantêm-se como a principal fileira, com 14,58 milhões de toneladas, correspondendo a 52% da produção nacional, dominada pela mandioca (mais de 80% do total) e pela batata-doce.

As frutas também registaram um aumento expressivo, para 6,9 milhões de toneladas, com destaque para a banana, que representa três quartos da produção.

Já os cereais atingiram 3,52 milhões de toneladas. Em contrapartida, as hortícolas sofreram uma queda de 28,7%, para 2,36 milhões de toneladas, com o tomate e a cebola a liderarem, apesar das quebras de rendimento.

Em contraste, o setor pecuário apresentou uma contração com a produção de carnes a cair 2,5%, para 333,2 mil toneladas.

A carne caprina, que continua a ser a mais consumida no país e representa 46% da oferta, recuou 10%, para 153,1 mil toneladas, havendo também descidas na carne suína (-1,8%) e ovina (-3,7%).

Apenas a carne bovina (+3,9%) e a de aves (+8,1%) registaram aumentos na produção.

A quebra foi mais intensa nos produtos de origem animal como os ovos, cuja produção diminuiu 12,3%, para 2,42 mil milhões de unidades, e o leite que recuou 12,6%, para 5,5 milhões de litros.

O anuário assinala também uma recuperação do café, com a produção em estado comercial a crescer 21,7%, para 7.584 toneladas, sinalizando uma retoma em províncias como Uíge, Cuanza Norte e Cuanza Sul.

No setor florestal, a produção de madeira em toro foi de 238,7 mil metros cúbicos e a de madeira serrada de 179,7 mil metros cúbicos, dos quais 43% foram exportados. As exportações de madeira serrada atingiram 78,1 mil metros cúbicos, tendo como destinos principais a China, Vietname, Itália, Portugal e Espanha, evidenciando a importância desta fileira para os mercados asiático e europeu.

No relatório realça-se ainda o crescimento da produção de mel (6.084 toneladas, mais 16% do que na anterior campanha) e de cera (379 toneladas, mais 14%), produtos com menor peso no total, mas que representam rendimento para as comunidades rurais.

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