Segundo as recomendações, as forças da ordem devem, num curto espaço de tempo, desencadear acções de desarmamento (de zagaias, mocas, catanas e outras armas brancas), sobretudo nas localidades de Mulovei, Mulundo, Calucayona e outras, onde os conflitos têm sido mais intensos.
De acordo com o porta-voz do encontro, Hélder Manuel, o governo reforçou a necessidade de aumentar a presença policial e de meios logísticos na região, para travar os confrontos, que envolvem sobretudo jovens dos dois grupos étnicos.
Um dos pontos centrais das disputas é a barragem de Mulovei, local de abeberamento de gado situado nas Cacimbas.
O governo decidiu que a infra-estrutura não poderá ser privatizada por nenhuma comunidade e que a sua utilização passará a ser regulada pela Polícia Nacional, em benefício de todos os criadores de animais.
O executivo provincial recomendou a realização de encontros regulares entre as partes, privilegiando o diálogo como instrumento de prevenção e solução pacífica.
Também defendeu o reforço da presença dos tribunais nas comunidades e a intensificação da brigada especial de combate ao roubo de gado.
O encontro determinou igualmente que o gabinete da Cultura prepare a criação de uma comissão multissectorial, com participação das autoridades tradicionais, para promover o engajamento comunitário e a convivência harmoniosa.
No final da reunião, representantes dos dois grupos étnicos selaram simbolicamente a paz, comprometendo-se a sensibilizar os jovens para evitarem novos confrontos.
Os últimos episódios de violência, registados no sábado, resultaram em 12 mortos, três feridos e a destruição de 11 aldeias.