Terça, 05 de Agosto de 2025
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Terça, 05 Agosto 2025 20:00

Ativista angolano Osvaldo Caholo em greve de fome na cadeia

O ativista Osvaldo Kaholo, detido por suspeita de rebelião e apologia ao crime após organizar protestos contra o aumento dos combustíveis, está em greve de fome há mais de uma semana. Familiares temem pela sua saúde.

Em declarações à DW África, Bruno Xingui, um dos advogados de Osvaldo Kaholo, fez saber que o ativista decidiu entrar em greve de fome em protesto pela forma como tem sido tratado no processo que o conduziu à cadeia.

"Está em greve de fome, recusa-se alimentar-se das refeições que lhe são entregues por entender tratar-se de uma prisão política", diz Xingui.

Para o advogado, a greve de fome de Osvaldo Kaholo é legítima, tendo em conta as irregularidades que estiveram na base da sua detenção.

"Nós, como advogados, e alguns outros colegas que também acompanham este cenário, comungamos da mesma ideia de que a detenção foi arbitrária e ilegal", sublinha.

Medo de envenenamento

De acordo com Elsa Kaholoa, irmã do ativista, Osvaldo Kaholo recusa-se a fazer refeições dentro do estabelecimento prisional com receio de envenenamento, por entender que a sua detenção teve motivações políticas.

"Ele exige que a comida lhe seja entregue pela família, sem passar pelos serviços prisionais, com receio de ser envenenado", conta.

Osvaldo Kaholo ja foi ouvido por um juiz, que manteve a medida de coação mais gravosa ao arguido.

O advogado Bruno Xingui acha excessiva a medida coação aplicada, "porque não há aí continuidade de nenhum crime, não há necessidade de se obstruir qualquer tipo de provas".

Perante este cenário, a mãe de Osvaldo Kaholo, Isabel Correia, diz não ter dúvidas de que o filho é uma vítima: "Essa cadeia é uma cadeia política. Ele deveria responder em liberdade, mas não o deixam porque constitui uma ameaça ao país", acusa.

Tentámos ouvir ouvir os Serviços Prisionais sobre o assunto, mas não foi possível obter uma reação.

O nome de Osvaldo Kaholo ganhou destaque em Angola, no caso 15+2, em 2015, quando juntamente com outros ativistas foi acusado de tentativa de golpe de Estado por contestar o Governo do então Presidente José Eduardo dos Santos. Kaholo foi igualmente detido na ocasião.

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