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Terça, 28 Março 2023 13:16

MINSA proíbe fármacos que deixam a malária resistente

A prescrição médica e o uso de todos os medica- mentos anti-maláricos em xarope e o injectável Arteter foram proibidos pela Agência Reguladora de Medicamentos e Tecnologias de Saúde (ARMED), afecta ao Ministério da Saúde (MINSA), depois de um estudo que comprovou a ineficácia desses na cura da malária. Ao invés de eliminar, o vírus da malária é fortalecido com tais medicamentos.

A prescrição médica, e, consequentemente, o uso de todos os medicamentos anti-maláricos em xarope, e o injectável Arteter, foram proibidos pela Agência Reguladora de Medicamentos e Tecnologias de Saúde (ARMED), depois de um estudo que comprovou a ineficácia desses fármacos na cura da malária. Ao invés de eliminar, o vírus da malária era fortalecido com tais medicamentos

"Todos os xaropes para tratamento da malária estão proibidos", começou por determinar a directora geral da ARMED, Katiza Mangueira, esclarecendo que está, igualmente, proibido o Arteter.

A farmacêutica sublinhou ainda que, no entanto, em momento algum o Arteter deve ser confundido com o Artemeter (com lumefantrine de 20/120 e 80/480 miligramas), que, como disse, continua autorizado e deve ser usado com orientação médica.

"Por não terem eficácia comprovada, a pessoa vai ao médico, é prescrita a medicação, começa a fazê-la, e a doença, ao invés de ser curada no tempo previsto, prolonga-se. O principal problema é o da não cura do paciente", informou a responsável, em entrevista à TPA.

A directora da ARMED frisou que a administração desses fármacos pode causar resistência da bactéria que causa a malária, de forma a que, quando for feita a medicação adequada, esta não gerar efeitos de cura. "Podem surgir questões como a resistência a anti-maláricos", disse.

Nesses termos, a profissional referiu que a medida resulta do programa de pré-qualificação de medicamentos, da Organização Mundial da Saúde (OMS), com o qual a instituição avalia a qualidade, segurança e eficácia dos fármacos.

Katiza Mangueira adiantou que, depois de vista as directrizes da OMS, a Direcção Nacional de Saúde Pública analisou os parasitas que circulam no país, através de dados epidemiológicos e laboratoriais, e, por fim, testou a eficácia dos medicamentos na população. "Com base nisso, de dois em dois anos, são actualizados os protocolos".

Artemeter do tipo 40/240 fora do mercado

Os esforços para a retirada dos produtos proibidos começaram a ser envidados em Março do ano transacto, quando foi eliminado o Artemeter com a lumefantrine de 40/240, em todo mercado nacional.

Nesse momento, os xaropes para combater a malária e o Arteter continuam a circular, apesar dos constantes apelos para não serem comercializados. Por isso, a ARMED orientou os profissionais de saúde a não prescreverem esses produtos. "Não fazem parte do Protocolo Nacional de Trata- mento da Malária", reiterou.

"Estamos a monitorar a entrada desses produtos, sendo que, os que estão, actualmente, no mercado entraram antes da orientação, ou depois, mas, por vias ilícitas", disse.

Alternativas terapêuticas

A responsável da ARMED tranquilizou os cidadãos que, na ausência desses fármacos, está em uso os Artemeter com lumefantrine de 20/120 e 80/480 miligramas.

Além desses, disse ainda estarem disponíveis comprimidos dispersíveis, ou seja, aqueles que são submersos antes da administração, para crianças.

"Nós temos alternativas terapêuticas que são as que estão previstas, e estão todas disponíveis, tanto no sector privado como no sector público. Não há razões para haver pânico", tranquilizou.

"Por não terem eficácia comprovada, a pessoa vai ao médico, é prescrita a medicação, começa a fazê-la, e a doença, ao invés de ser curada no tempo previsto, prolonga-se. O principal problema é o da não cura do paciente" OPAÍS

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