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Domingo, 25 Outubro 2020 18:41

Mais de cem manifestantes estão detidos em Luanda, diz ativista

O ativista Dito Dali, um dos participantes na manifestação de sábado em Luanda, que foi violentamente reprimida pela polícia, disse à Lusa que há mais de cem pessoas detidas e uma pessoa terá morrido durante o protesto.

Os detidos, segundo Dito Dali, estão distribuídos por vários: na Direção Provincial de Investigação Criminal encontram-se 41 pessoas, na 9ª esquadra do Sambizanga estão 45 e na do Bairro Uíje estão 18, das quais metade são mulheres.

Entre os detidos encontram-se ativistas, jornalistas e membros da UNITA.

Dito Dali acrescentou que terá também morrido um jovem ativista e que um militante da UNITA (União para a Independência Total de Angola), principal partido da oposição angolana, terá sido baleado num braço.

A Lusa contactou a polícia para confirmar o número de detenções e a morte do ativista, mas não obteve resposta até ao momento.​​ Os manifestantes foram recebidos por um forte aparato policial no local da concentração (cemitério de Santa Ana), incluindo cavalaria e brigadas caninas, e foram dispersados com recurso a gás lacrimogéneo, havendo relatos de várias pessoas que foram agredidas, incluindo jornalistas que faziam a cobertura do protesto.

A governadora de Luanda, Joana Lina, considerou a manifestação como “um ato de vandalismo e desacato às autoridades”, criticando as “cenas de violação das medidas contidas no Decreto Presidencial em vigor desde as primeiras horas de ontem”.

Joana Lina sublinhou que são proibidos os ajuntamentos e afirmou que não está em causa o impedimento ou limitação de direitos fundamentais, declarando que “é a própria Constituição que exige ponderação entre a liberdade de se manifestar e o dever de proteger a vida humana”.

Por outro lado, lamentou os “prejuízos incalculáveis” e apontou que na origem do protesto estariam fins “inconfessos” de pessoas que tentam manipular os jovens

A marcha, convocada por ativistas da sociedade civil, contou com a adesão da UNITA e outras forças da oposição e visava reivindicar melhores condições de vida, mais emprego e a realização das primeiras eleições autárquicas em Angola.

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