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Quarta, 26 Setembro 2018 14:59

Detenção de altas figuras aumenta confiança na Justiça, diz sociólogo

As detenções em curso em Angola, envolvendo altas figuras do país acusadas de diversos crimes, vão contribuir para uma maior confiança na Justiça e nas instituições, declarou nesta quarta-feira, em Luanda, o sociólogo Paulo de Carvalho.

Em entrevista à Angop, o sociólogo angolano justificou que a correcta actuação das autoridades judiciárias vai, também, contribuir para a moralização da sociedade.

Segundo Paulo de Carvalho, o reforço da confiança nas instituições constitui a primeira das muitas vantagens que se espera desta nova dinâmica dos órgãos de Justiça.

Realçou que, apesar de que os processos em causa já estavam em curso, muita gente não acreditava que o anúncio de maior igualdade perante a lei, feito pelo Presidente João Lourenço, fosse mesmo para cumprir.

“Estamos a ver que sim, que a Justiça começa a funcionar devidamente, no combate aos males que estão incrustados no tecido social angolano”, sentenciou, anotando que se deve deixar a Justiça trabalhar, sem prejudicar e sem beneficiar quem quer que seja.

Questionado se a sociedade está preparada para lidar com os novos tempos, o sociólogo disse acreditar que a população angolana sempre esteve preparada para lidar com uma “justiça justa” e que quem não estava eram as grandes elites, sobretudo a política e a militar, acostumadas a uma elevada dose de impunidade.

Por outro lado, saudou o facto de a comunicação social angolana, incluindo a estatal, estar a cumprir o seu papel, no que respeita às denúncias e ao acompanhamento dos casos judiciais mediáticos.

A este respeito, lembrou que, aliás, a comunicação social sempre cumpriu o seu papel, na denúncia e no acompanhamento dos casos judiciais mediáticos, mas que só não chamava a atenção para algumas incongruências que se verificavam no funcionamento dos órgãos de justiça, porque não tinha permissão para o fazer.

Ainda sobre as últimas detenções, disse esperar que os tribunais também cumpram a sua missão, da maneira mais justa possível, depois da nova postura demonstrada pelos órgãos de investigação criminal.

Quanto ao Ministério Público, manifestou a esperança de que os processos estejam a ser convenientemente instruídos, “sem os erros a que a PGR (Procuradoria Geral da República) nos habituou em processos anteriores”.

Nos últimos dias, foram detidas em Luanda várias altas individualidades do país, incluindo o antigo ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, o ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, e o antigo director da Unidade de Técnica de Investimento Privado (UTIP), Norberto Garcia.

São acusados de vários crimes como associação criminosa, tráfico de influência, burla, corrupção, branqueamento de capitais e peculato.

Estas detenções enquadram-se no âmbito do combate à corrupção, ao nepotismo, à impunidade e à bajulação, que constituem prioridade na governação do Presidente da República, João Lourenço, no cargo desde 26 de Setembro de 2017.

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