No primeiro discurso como Presidente da República de Angola, que durou cerca de 50 minutos, João Lourenço recuperou as propostas governação que marcaram a campanha do MPLA às eleições gerais de 23 de Agosto, com destaque para o combate à corrupção e ao despesismo e para a aposta na juventude, na diversificação da economia e no investimento privado. A apresentação do novo Chefe de Estado ficou ainda marcada pela exclusão de Portugal da lista de parceiros mais importantes de Angola.
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, disse hoje que o recente processo eleitoral em Angola é um "sinal claro" do compromisso do país com a democracia.
Presente na cerimónia de investidura de João Lourenço como Presidente da República de Angola, a empresária Isabel dos Santos deixou algumas dicas para o país ultrapassar o "período difícil" que atravessa "do ponto de vista económico".
Marcelo Rebelo de Sousa disse que a presença na tomada de posse de João Lourenço é um momento simbólico. O Presidente da República tinha sido criticado pelos ativistas angolanos, que continuam a afirmar que o Tribunal Constitucional favoreceu o MPLA.
Calcula-se que 150 mil portugueses, no mínimo, trabalhem em Angola e os dois países têm trocas comerciais fortíssimas, além de toda uma história comum de muitos séculos.
Por Vítor Rainho
O que vai fazer o Presidente eleito? Que medidas e ideias se vislumbram? Que alternativas tem para o país? São as questões que os angolanos colocam no momento. O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições gerais de 23 de agosto, mantendo a maioria qualificada no Parlamento, com 150 deputados. João Lourenço é investido esta terça-feira, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos.
A qualquer momento pode pôr o cargo à disposição e abdicar também dos assentos no parlamento e no Conselho da República
Apesar da solidariedade que tem recebido de muitos militantes e das organizações de massas do partido, JURA e LIMA, na sequência da derrota nas eleições de 23 Agosto, Isaias Samakuva já manifestou, em privado, disposição de abandonar a presidência dos “maninhos”. O presidente da maior força política na oposição, que nas eleições passadas obteve 26,67% dos votos escrutinados, pode a qualquer momento dar por cessadas as suas funções.