Zacarias Kamuenho, que recebeu em 2001 o prémio Sakharov e hoje esteve em Estrasburgo no âmbito das celebrações do 25.º aniversário deste galardão, disse à Lusa que a eternização de José Eduardo dos Santos no poder "revela que algo da democracia não vai como devia", mas destacou que o que segue é uma incógnita.
"Já vimos países [que foram] prósperos durante algum tempo (...) depois vieram as eleições e depois outras eleições e o país foi abaixo. É isso que nós também tememos, que venha a haver convulsões. Oxalá não haja e que depois disto, quem vier a governar possa agarrar o país e conduzi-lo de maneira democrática, na paz e na tranquilidade", declarou o arcebispo, instado a comentar uma entrevista recente do Presidente angolano a um canal de televisão brasileiro em que afirmou que a sua substituição está a ser discutida.
Lusa