O chefe de Estado falava em conferência de imprensa no Palácio Presidencial, em Luanda, após se encontrar com o homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, que iniciou hoje uma visita oficial a Angola.
“Nos últimos anos, sem sombra de dúvidas, o ambiente de negócios em Angola melhorou consideravelmente.
Prova disso é que temos empresas estrangeiras de peso que, no passado, já estiveram implantadas em Angola, acabaram por se ir embora e a razão terá sido o mau ambiente de negócios e hoje estão de regresso”, afirmou João Lourenço, sublinhando que “os factos falam mais do que as palavras”.
“Falar é bom, mas precisamos de apresentar factos, dados que digam que o ambiente de negócios melhorou nos últimos anos.
É evidente que não é perfeito ainda, não há nada que seja perfeito, mas não vamos cruzar os braços, temos noção de que há coisas ainda por melhorar e este trabalho é para prosseguir até construirmos um ponto considerado ótimo”, complementou.
O Presidente alemão chegou a Luanda na noite de terça-feira, e foi hoje recebido com honras militares no Palácio Presidencial, depois de depositar uma coroa de flores no sarcófago de António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola.
Esta manhã, os governos dos dois países assinaram um contrato com a companhia aérea Lufthansa para a reestruturação da transportadora angolana TAAG e um memorando de entendimento para a implementação de um polo de agro-desenvolvimento industrial em Angola.
O Presidente angolano considerou que a visita do seu homólogo alemão “vai reforçar ainda mais as relações” entre os dois países, que “têm vindo a cooperar em diferentes domínios, nomeadamente no transporte aéreo, na agricultura e na saúde”.
“Temos muitos hospitais que estão a ser construídos por empresas alemãs e, no setor energético, a barragem de Caculo Cabaça que vai ser equipada com turbinas geradoras de energia de uma empresa alemã”, exemplificou.
João Lourenço manifestou também interesse em atrair maior investimento privado alemão, “nomeadamente nos setores do turismo e das indústrias de produção de medicamentos e vacinas humanas e animais”, estando atualmente a ser construída na província do Huambo uma destas unidades.
“Temos à nossa frente um caminho vasto para percorrer. Se soubermos aproveitar as oportunidades, os dois países vão sair a ganhar”, afirmou aos jornalistas. Os dois Presidentes passaram também em revista temas da atualidade internacional, incluindo os conflitos”, tendo João Lourenço sublinhado a convergência de pontos de vista entre Angola e a Alemanha num “momento difícil do mundo”.
Questionado sobre a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), o Presidente angolano disse que gostaria de estar presente, mas que, “devido à proximidade da data da independência”, não poderá participar, fazendo-se representar “A expectativa é grande.
Esta COP está a ter lugar no coração da Amazónia, considerada um dos principais pulmões do planeta.
É pena que um dos principais contribuintes tenha se retirado do Acordo de Paris, mas estamos confiantes de que o resto do mundo, particularmente a Europa, continuará a contribuir para a redução das emissões de gases poluentes e, desta forma, consigamos salvar o nosso planeta”, salientou.
João Lourenço lembrou que existem “compromissos financeiros de suporte aos países que menos poluem e que são as principais vítimas das alterações climáticas, como os países do Sul global”, esperando que se concretizem.

