Na nota, intitulada “Comunicado de Guerra” e assinada pelo tenente-general João Cruz Mavinga Lúcife, chefe da direção das Forças Especiais das Forças Armadas Cabindesas (FAC), o movimento independentista acusa os militares angolanos de, em retaliação a um ataque às suas posições, na noite de sábado para domingo, terem conduzido “uma ação punitiva contra a população”.
“Na noite de sábado para domingo, as Forças Armadas Cabindesas (FAC) atacaram posições das FAA na área de Tando-Nzinze, na aldeia de Tchiobo, tendo neutralizado seis soldados das FAA e causado vários feridos”, tendo os militares angolanos abandonado armas e “outros documentos de alto valor estratégico”, lê-se no comunicado.
A alegada retaliação ocorreu na madrugada de hoje, com as FAC a acusarem as FAA de, em resultado da “ação punitiva” à aldeia de Tchiobo, terem morto quatro civis e ferido com gravidade outros sete.
“A população da aldeia de Tchiobo temendo a fúria das FAA foi obrigada a fugir em direção à fronteira Mbaka-Nkosi na República Democrática do Congo”, sublinha-se no comunicado.
“O Estado-Maior General das Forças Armadas Cabindesas FAC lança um ultimato a todos os soldados de origem cabindesa que foram forçados a integrarem as FAA a juntarem-se à resistência, antes que seja demasiado tarde”, conclui a FLEC.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.