Na audiência, o secretário de Estado norte-americano esteve acompanhado do embaixador dos Estados Unidos da América em Angola, Tulinabo Mushingi, e de membros da delegação que o acompanha, neste périplo por África.
Segundo uma nota do Departamento de Estado, foi desenvolvido no encontro uma parceria baseada em valores partilhados que promovam o respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais, o reforço da segurança mútua e o Estado de direito.
Além do encontro com João Lourenço, Blinken, que chegou na quarta-feira à noite a Luanda, vai estar também com o chefe da diplomacia angolana, Téte António, num dia que começa com uma visita ao Centro de Ciência de Luanda, seguindo-se um encontro na operadora de telecomunicações com capitais norte-americanos, Africell.
Estados Unidos e Angola mantêm relações diplomática há 30 anos e o país foi recentemente reconhecido pelos norte-americanos como um parceiro estratégico em África, “fundamental para a promoção dos objetivos comuns de expansão da prosperidade económica e do acesso à energia, da defesa da democracia e dos direitos humanos, e do avanço da segurança regional”, segundo a nota do Departamento de Estado.
No ano passado, o Presidente norte-americano, Joe Biden, recebeu João Lourenço na Casa Branca, em 30 de novembro, enquanto Angola acolheu o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o enviado de Biden Amos Hochstein.
Em novembro de 2023, os EUA e Angola assinaram os Acordos Artemis, na área da exploração espacial e iniciaram um “acordo bilateral de céus abertos”, para facilitar as ligações aéreas entre os dois países.
Na terça-feira, vários líderes da oposição angolana entregaram na Embaixada dos Estados Unidos em Luanda uma carta endereçada ao secretário de Estado norte-americano, a pedir que pressione o Presidente, João Lourenço, a realizar eleições autárquicas antes de 2027.
Os signatários da carta pedem a Blinken que apoie um Estado democrático e de direito em Angola e pressione o Presidente angolano a realizar as primeiras eleições autárquicas no país, “o único grande país da região sem líderes eleitos a nível local”, a desmantelar as instituições partidarizadas e a permitir acesso de todos os atores políticos aos meios de comunicação social públicos.
A visita de Blinken a África, com passagem por Cabo Verde, República Democrática do Congo, Costa do Marfim e Nigéria, surge num contexto em que os Estados Unidos procuram marcar posição face a avanços da Rússia e da China no continente.