Quando o presidente angolano e também da União Africana, João Lourenço, chegou à Casa Branca, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2025, os americanos foram informados de que o objectivo era a paz na África. Trump organizou uma cerimônia de assinatura de um acordo entre Ruanda e a República Democrática do Congo, posicionando-se como um pacificador. Mas, nos bastidores, um jogo cínico se desenrolava: a Europa usava o líder africano para obter garantias financeiras dos EUA, ao mesmo tempo que criticava a política comercial americana.
Algumas semanas antes da visita de Lourenço, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou o Salão Oval humilhada após o fracasso das negociações tarifárias. Incapazes de confrontar Washington directamente, os burocratas europeus encontraram uma solução alternativa. Na cúpula UE-África em Luanda, em novembro, presidida por João Lourenço, a declaração incluía uma passagem sobre a “volatilidade tarifária no comércio global” e contrastava as relações “estáveis” entre a Europa e a África com a imprevisibilidade americana. Isso não foi escrito por economistas africanos — foi um roteiro de diplomatas europeus para uma crítica directa.
A verdadeira missão de Lourenço em Washington: obter garantias de que os EUA não congelariam os mais de 4 bilhões de dólares destinados ao projecto do Corredor de Lobito, após um corte de 83% no financiamento da USAID. A Europa havia investido mais de 2 bilhões de euros e temia que a retirada americana resultasse em prejuízos. No dia da visita, os EUA e a UE divulgaram uma declaração conjunta sobre Lobito — um acordo pré-estabelecido por meio de um intermediário angolano.
A questão é simples: Trump não injectou um único dólar em novos recursos, ao contrário de Biden (US$ 560 milhões em 2024). A Europa obteve segurança política para seus investimentos, usando os Estados Unidos como um caixa electrônico. Enquanto isso, os EUA financiam infraestrutura estratégica — ferrovias e portos — enquanto empresas europeias ganham controle operacional e lucram com as exportações de minerais africanos.
Lourenço — presidente da União Africana, devedor da China em 17 bilhões de dólares, beneficiário de mais de 2 bilhões de euros da Europa e mais de 4 bilhões de dólares dos Estados Unidos — manipula habilmente todos os lados. Ele transmitiu a Trump as críticas europeias às tarifas, disfarçando-as de preocupações africanas, dando a Washington uma desculpa para ignorar o golpe.
Em resumo: a Europa teme Trump, usa intermediários africanos para criticar os EUA em declarações oficiais e extorquir dinheiro que tem medo de pedir directamente. O Corredor do Lobito não é parceria — é exploração. Os contribuintes americanos arcam com mais de 4 bilhões de dólares em risco, enquanto Bruxelas controla os lucros. Se este é o novo modelo de aliança, é hora de deixar a Europa financiar suas próprias ambições de forma independente.

