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Segunda, 13 Dezembro 2021 15:09

Analista considera últimas três intervenções públicas do PR um verdadeiros desastres

O analista político e jornalista, Graça Campos que considera um verdadeiro desastre os discursos recentes do presidente João Lourenço, é ainda de opinião que, em termos comunicacionais o titular do poder Executivo em Angola teve teria uma semana de cão.

"O Sousa Jamba tocou na ferida: ao que consta (sim, porque neste país as coisas continuam a ser feitas sob muita opacidade), o Governo assinou um contrato de assessoria com a portuguesa Cunha & Vaz", conforme Graça.

Dado o seu objecto social, segundo analisa, depreende-se que a Cunha & Vaz está em Angola para melhorar a comunicação do Governo com a sociedade, uma das principais pechas do Presidente João Lourenço.

Mas, observa, por alguma razão qualquer que escapa à própria razão, a presença dos assessores portugueses em Angola coincide com uma crescente "degradação" da qualidade do discurso do Presidente João Lourenço, adicionando que as últimas três intervenções públicas de João Lourenço foram verdadeiros desastres.

Para o jornalista, nos tempos da boa e respeitada disciplina, a esta hora ainda estariam a mofar numa qualquer cadeia, depois de devidamente zurzidos, os autores do discurso em que o presidente dá uma imagem pouco dignificante à mulher filiada no MPLA.

Neste particular, Graça Campos defendeu que a afirmação de que quem "se meter com o MPLA, tem de passar primeiro por cima das mulheres..." deveria valer ao autor do texto valentes açoites.

"Depois, quem esteve no congresso do MPLA diz que a Moção de Estratégia de João Lourenço, lida pelo próprio, foi um "martírio", não apenas pelo seu vazio de ideias mas, sobretudo, pelo tempo de leitura que consumiu", lembrou.

Referiu igualmente que, um relato apócrifo que está a circular nas redes sociais, mas que é de alguém que esteve lá dentro, afirma que a "moção de estratégia do Líder foi uma seca, pois JLO não sabe apresentar um documento que até estava a ser distribuído, e fez um exercício de leitura de mais de duas horas. Leitura, em tom monocórdio, sem ênfase, que serviu para embalar muitos que foram cochilando e outros, conversando, fazendo comentários, gozando em tom baixo".

No acto de militantes, realizado no estádio 11 de Novembro, sublinha o analista, João Lourenço voltou a registar momentos muito baixos, sendo que, as referências à fome, que considerou relativa, foram tomadas pela generalidade dos angolanos como um escárnio aos concidadãos que morrem ou fogem do país em virtude da falta de alimentação.

Para terminar o dia em "glória", refere, muitos observadores tomaram como forçadas e eivadas de inveja as referências de João Lourenço ao presidente emérito do MPLA, José Eduardo dos Santos.

Sempre apresentado pelo próprio MPLA como exclusivo arquitecto da paz, realçou, no dia 11 de Dezembro desmontou, finalmente, o embuste, ao revelar publicamente que sem o apoio do MPLA, José Eduardo dos Santos não teria ido a lado algum na pacificação do país.

"No fundo, nada que já não soubéssemos. João Lourenço reescreveu a história do país: afinal, a conquista da paz não foi fruto de esforço de todos os angolanos; os angolanos devem a paz primeiro ao MPLA e, depois, ao seu emérito líder", disse Graça, baseando-se nas palavras de João Lourenço, segundo as quais, "o MPLA é ainda o partido que está por detrás da paz em Angola. Mas tinha que haver um líder. E esse líder suportava-se, apoiava-se, na força de um partido político, na força do MPLA".

Para o analista político, com essa revisão da história, lá se foram os direitos de exclusividade que o próprio MPLA antes atribuiu a José Eduardo dos Santos.

"Em suma, por junto e atacado, dir-se-ia que em termos comunicacionais o Presidente João Lourenço teve uma semana de cão. O que nos remete, novamente, para a serventia dos assessores da Cunha & Vaz, certamente contratados a peso de ouro", rematou.

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