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Domingo, 03 Agosto 2014 17:17

Cabinda: «Um conflito inútil que não teve qualquer razão para existir»

Cabinda – Alexandre Tati, presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda / Forças Armada de Cabinda (FLEC/FAC), disse à PNN que a situação em Cabinda é o resultado de «um conflito inútil que não teve qualquer razão para existir».

Alexandre Tati defende que se os tratados assinados por Portugal com as populações de Cabinda tivessem sido respeitados assim como o que estava patente nas Constituições portuguesas até 1975 que distinguia Cabinda de Angola, o conflito em Cabinda nunca teria existido, por esse motivo, sublinha, a guerra no enclave é «um conflito inútil que não teve qualquer razão para existir».

O líder da FLEC/FAC nega que a guerrilha está inactiva em Cabinda tal como «a ocupação imagina ou pretende propagar» e explica que o silêncio da resistência no terreno é «estratégico», segundo Alexandre Tati, em paralelo com as operações militares, a FLEC/FAC optou também pela multiplicação das acções diplomáticas com o objectivo de forçar Angola a negociar.

No entanto, «a vontade negocial do povo de Cabinda e da FLEC/FAC tem sido interpretada por Angola como uma fraqueza e isto conduziu o Governo angolano a manter uma postura de intransigência política que se verifica até este momento. Até hoje não surgiu qualquer solução politica credível para o conflito», lamentou Alexandre Tati.

O líder da guerrilha cabindesa considera também imprudente que Angola publicite uma suposta «pacificação» do enclave que «pode pôr em risco a vida de estrangeiros» que não conhecem a real situação político-militar de Cabinda. «Nós não estamos contra os estrangeiros em Cabinda, como não somos contra os interesses estrangeiros, simplesmente não aconselhamos que esses países enviem investimentos para Cabinda neste momento de instabilidade, não é prudente. Podem ser vítimas colaterais deste conflito», alertou o líder da FLEC/FAC.

Sobre o encontro preliminar de Brazzaville, entre o FCD e a FLEC/FAC, realizado de 27 a 30 de Maio de 2014, onde esteve presente uma delegação chefiada por Anny Kitembo, Alexandre Tati garante que a FLEC/FAC não foi convidada a participar e que apenas ouviu falar dos encontros. «Na reunião de Brazzaville, na qual não fomos convidados nem consultados, achamos estranho que tenha sido uma iniciativa unilateral que não se sabe com quem», disse Alexandre Tati.

jornaldigital.com

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