Esta nota não esclarece os motivos da demissão, indicando apenas que "foi aceite, no interesse da salvaguarda do bom nome da justiça angolana". O processo de substituição vai ter início "nos próximos dias".
Rui Ferreira convocou hoje uma sessão extraordinária e urgente do plenário onde terá informado os juízes conselheiros sobre a sua decisão. De acordo com uma carta de Rui Ferreira dirigida aos seus colegas e colaboradores mais próximos, a que a Lusa teve acesso, na origem da decisão está uma "campanha intensa de mentiras".
Na missiva, o juiz lamenta a "campanha intensa e cruel de mentiras, deturpação de factos, intrigas, calúnias e insultos" que diz terem lesado a sua reputação e dignidade, afetado a sua saúde e imposto" um sacrifício" à sua família
O magistrado diz que vai voltar a dedicar-se à docência na Universidade Agostinho, de onde é professor associado.
“Perdoem-me se voz decepciono com esta desistência, mas a saúde, a família, a honra, a dignidade e a paz estão antes do exercício de funções públicas em circunstâncias de tanta adversidade e excessivo esforço”, declarou o juiz-presidente demissionário.
Rui Ferreira foi acusado de estar envolvido em atos de corrupção para beneficiar a sua família, que o levaram a iniciar uma ação em tribunal contra o empresário Francisco Dias dos Santos (Kito dos Santos) que o acusou de usurpar os negócios do Grupo Arosfran.