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Segunda, 23 Abril 2018 21:17

CASA-CE e a FNLA lamentam a exoneração de CEMGFAA, UNITA comenta amanhã

O vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, considerou hoje normal a exoneração do general-de-exército Geraldo Sachipengo Nunda do cargo de Chefe do Estado Maior General das FAA, mas lamentou que tenha sido no seguimento da sua constituição como arguido por suspeitas de envolvimento no caso da tentativa de burla de 50 mil milhões com fundo falso.

"Era uma figura de consenso no seio das Forças Armadas Angolanas, apenas esta situação veio macular o seu nome", lamentou Manuel Fernandes, salientando que Geraldo Sachipengo Nunda "soube com zelo e responsabilidade dirigir o Estado-Maior General das FAA".

Segundo Manuel Fernandes, "por tudo o que aconteceu, era previsível a sua exoneração tendo em vista o bom-nome da instituição que dirigia".

"A exoneração era inevitável ou demitia-se", concluiu.

O secretário da juventude da FNLA, Kiaku Samuel Kiala, autorizado pela direcção do seu partido, descreveu o general Geraldo Sachipengo Nunda como uma figura indispensável na formação das novas Forças Armadas Angolanas.

Na sua opinião, a exoneração deveria acontecer, se existissem justificações para isso, depois das autoridades judicias concluírem que o mesmo estava envolvido na suposta burla de 50 mil milhões com fundo falso.

"Depois de terminarem as investigações e saber se o general Nunda está envolvido, só assim é que deveria ser exonerado", disse.

A UNITA, contactada pelo Novo Jornal Online, segundo o seu porta-voz, Alcides Sakala, via tomar posição apenas amanhã, depois de analisar o assunto.

O Presidente da República, João Lourenço, exonerou hoje o general Geraldo Sachipengo Nunda do cargo de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), nomeando para o seu lugar o general António Egídio de Sousa e Santos, até aqui chefe do Estado-Maior General-adjunto das FAA para a área de Educação Patriótica.

A decisão consta de uma nota da Casa Civil do Presidente da República, e surge cerca de um mês depois de a Procuradoria-Geral da República ter anunciado a constituição do general Nunda como arguido, no âmbito de uma investigação sobre um falso fundo de investimento de 50 mil milhões de dólares.

Segundo a mensagem, o novo chefe do Estado-Maior das FAA, que até aqui ocupava o cargo de chefe do Estado-Maior General-adjunto das FAA para a área de Educação Patriótica, foi promovido ao grau militar de general-de-exército, em decorrência da nomeação.

Ainda na cúpula das FAA, João Lourenço exonerou José Luís Caetano Higino de Sousa, do cargo de chefe do Estado-Maior General adjunto para a área operacional e de desenvolvimento, que passa a ser exercido pelo general Geraldo Abreu Muengo Ukwachitembo "Kamorteiro", que deixa o cargo de vice-chefe do Estado-Maior General para a Logística e Infra-estruturas.

André de Oliveira Sango deixa direcção do Serviço de Inteligência Externa

Para além das mexidas nas FAA, João Lourenço impôs mudanças no Serviço de Inteligência Externa, determinando a saída do director-geral, o tenente-general André de Oliveira João Sango, que estava em funções desde 2012.

Oliveira Sango será substituído por José Luís Caetano Higino de Sousa, que sai do cargo de chefe do Estado-Maior General adjunto para a área operacional e de desenvolvimento.

As remodelações hoje anunciadas pela Casa Civil do Presidente da República visam também os generais Marques Correia e Matias de Lima Coelho. O primeiro deixa a posição de 2.º Comandante do Exército para se tornar inspector-geral da Defesa Nacional, cargo que estava entregue a Matias de Lima Coelho, que, por sua vez, transita para Chefe do Estado-Maior do Exército.

Numa segunda-feira particularmente activa, o Chefe de Estado procedeu ainda a várias mexidas na Casa Militar e na Unidade da Guarda Presidencial, sobretudo para "rearrumação de peças".

Por exemplo, o brigadeiro António Milagre Roque Alves de Lima sai do cargo de Chefe dos Serviços de Saúde da Casa Militar para ocupar o de Chefe do Gabinete de Saúde da Casa de Segurança do Presidente da República.

As mudanças estenderam-se também à Diplomacia, com a exoneração de Marcos Barrica do cargo de embaixador em Portugal. NJ

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