Em 27 de novembro, tiveram início as eleições gerais na Namíbia. Por razões logísticas, a Comissão Eleitoral decidiu prolongar o processo até 30 de novembro. Os principais partidos da oposição entraram nas eleições com grandes expectativas quanto aos seus resultados.
Uma grande festa está a ser preparada na capital, Luanda. Finalmente, o partido no poder e o seu representante máximo, o Presidente João Lourenço, podem celebrar o seu grande triunfo no campo da política externa – o estreitamento de laços com outros países que investem no Corredor do Lobito. Contudo, nem todos os angolanos veem nisso um triunfo.
Do alto da tribuna, diante de uma sala indumentada com a cor vermelha, o orador arrancou uma ruidosa salva de palmas à plateia, constituída por jovens, depois de ter anunciado uma possível vinda a Angola da Selecção argentina de futebol, por ocasião dos 50 anos de Independência Nacional.
Nunca imaginei que a minha proposta infantil, proferida com a autoridade de meus catorze anos, enquanto conversava sobre política com uns amigos mais velhos de meu pai, seria uma proposta de um deputado da Assembleia Nacional e, muito menos, que seria publicada em jornal sem qualquer crítica.
A saída e entrada do governo de membros do MPLA, além de ser uma vertiginosa dança evasiva de cadeirados, mostra-nos também com clareza, que o regime de João Lourenço, respira com estrema dificuldade, com a oxigenação artificial emanada por máquinas de ventilação da mecânica.
Os ventos não sopram a favor de Angola. Ou, se quiserem, do MPLA. Ou, ainda se preferirem, de João Lourenço…Depois de ter azedado a relação com o único que decidiu estender a mão ao país quando a maior parte lhe virou as costas; depois de ter tentado buscar fortalecer as relações com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos.
Se alguém precisava de mais uma prova, aí está. Há homens eternamente estúpidos, mas não há povos perpetuamente amordaçados. Quando o tempo chega, a corda rebenta até para o lado pretensamente mais forte. É sempre assim. É incontornável. Mesmo nos regimes mais autoritários, haverá sempre o primeiro dia de todos os outros em que a história começará a ser reescrita.
O professorde Relações Internacionais Cesário Zalata afirmou que “com a chegada de Donald Trump ao poder, abrese, novamente, um quadro de incertezas na intensidade da cooperação entre os Estados Unidos e Angola”.