Jornais de todo o mundo e a Embaixada dos Estados Unidos da América noticiaram a visita que o presidente norte-americano Joe Biden fará a Angola e isso deveria ser motivo de preocupação para todos os angolanos. É facto que sua presidência é polêmica, o que o fez desistir de sua candidatura à reeleição em favor de Kamala Harris. O que almeja o presidente norte-americano em sua visita a Angola?
São muitas as vozes que apontam para uma eventual crise no MPLA. Porquê? Porque vozes plurais - atenção, plurais, não significa dissonantes - se erguem com várias ideias sobre como deveria ocorrer a passagem de poder do Presidente em funções para eventualmente um outro.
Quando estamos a meio do segundo mandato de João Lourenço, ainda não estão claramente desenhadas as nuances do legado que o actual Presidente deixará pelos seus dois mandatos de poder.
Nos últimos dias têm chovido informações que sugerem a existência de fissuras evidentes no seio do MPLA, Partido no poder. Alguns analistas de plantão procuram estabelecer um link forçado com divergências no seio da UNITA que sobressaíram por ocasião do lançamento da Fundação Jonas Savimbi, argumentando que ambas as situações têm, no fundo, as mesmas razões, os mesmos fundamentos.
Isto não é uma referência ao aclamado thriller homónimo do historiador e escritor norte-americano Tom Clancy. Não se trata de ‘A Soma de Todos os Medos’. É a hora de todos medos. Não é a sinopse de um filme de ficção de Hollywood. É a realidade angolana em estado sólido. Angola está na hora de todos os medos. Raras são as excepções. O país tresanda a medo.
Quando João Lourenço tomou posse, a 26 de Setembro de 2017, o PIB de Angola era de 122 mil milhões de dólares. A 15 de Setembro de 2022, quando tomou posse para o actual e último mandato, o PIB nacional era de 115 mil milhões de dólares. No segundo trimestre de 2024, o PIB de Angola é de apenas 23 mil milhões de dólares (Valor Económico, 10.09.204, nº 426).
Na sequência da visita do Presidente da República à província do Zaire, durante a apresentação dos principais desafios, o Sr. Governador solicitou o apoio para resolução de um dos maiores cancros da província, por muitos já conhecido, por não se tratar de uma prática nova, que é o contrabando de combustíveis.
Em Junho de 2023, o governador de Luanda fez o que pareceu uma denúncia de uma tentativa de corrupção que o teve como alvo. Manuel Homem não arredava o pé no seu obstinado plano de arrumar o comércio em Luanda, o que terá levado alguém a tentar demovê-lo com algumas luvas não quantificadas. Na altura, Manuel Homem não perdeu tempo.