Sexta, 03 de Mai de 2024
Follow Us

Domingo, 29 Mai 2016 00:06

Intolerância política ou retaliação? Makuta Nkondo

Em Angola, as acusações de intolerância política viraram moda, principalmente entre os dois maiores partidos, nomeadamente a UNITA e o MPLA. Geralmente, estas acusações tem um sentido único de o MPLA ser o agressor da UNITA.

Ha registo de intolerância política quase diária em todo o território angolano, mas o Centro Sul de Angola e o epicentro dessas ocorrências, precisamente nas terras dos ovimbundus. 

Por Makuta Nkondo

Estes confrontos enquadram-se mesmo somente intolerância política? Quem pratica está intolerância política, contra quem e porquê?

Por causa destas ocorrências, a Assembleia Nacional já organizou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que averiguar uma situação que aconteceu contra a UNITA no Huambo.

A UNITA acusou o MPLA de ter sido o autor desta intolerância política.

A CPI concluiu que não foi o MPLA que atacou a UNITA, mas são as populações daquela comunidade que se vingaram das barbáries de que sofreram quando se encontravam sob o cativeiro dos maninhos.

Este mês de Maio, a UNITA voltou a acusar elementos do MPLA de terem atacado uma caravana dos seus deputados na comuna de Kapupa, município do Kubal, na província de Benguela.

Segundo a Policia em Benguela, do ataque resultaram Três (3) mortos, vários feridos e Quatro (4) desaparecidos, dos quais um polícia guarda da coluna e membros do Galo negro.

Diante de um problema, a sabedoria bantu aconselha-se prudência e ponderação na sua avaliação, evitando cair no erro da precipitação e a emoção.

A violação dos direitos humanos nos antigos movimentos de libertação, nomeadamente a UPA/FNLA, o MPLA e a UNITA, e um domínio comum dos três, sendo todos criminosos e ao mesmo grau.

Os três movimentos, em matéria de assassinatos, competem com os Khmers vermelhos da Camboja, os Nazis da Alemanha durante a segunda guerra mundial, o chamado Estado Islâmico (EI), o AL Qaeda, o Boko Haram, o Al Shebab, etc.

Os três líderes-fundadores dos referidos movimentos, nomeadamente Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi, não tem nada a invejar a Pol Pot., Hitler, Abu Bakr Al Baghdadi, etc.

Os três referidos pais da independência de Angola eram criminosos, assassinos, sanguinários impiedosos; eles tinham as mãos manchadas de sangue e não merecem ser considerados heróis nacionais.

Pergunte aos seus seguidores os paradeiros dos altos dirigentes, políticos, militares, e outros militantes de primeira hora, e suas famílias respectivas. Onde estes andam estes mártires inocentes?

Figuras de proa, intelectuais formados em Universidades de renome mundial, oficiais e Comandantes militares formados nas Academias Militares, até Chefes de Estado Maiores (CEM), operacionais, foram barbaramente assassinados de maneira horrorosa como mortos a paulada, com mocas a nuca, enforcados, e nem tiveram ao óbito por parte dos seus familiares, nem direito ao enterro. Muitos deles não tem campas ou os seus corpos foram atirados em valas comuns ou queimados.

Famílias inteiras foram dizimadas, desde os seus patriarcas, avos, pais, mulheres e filhos; até bebes cujas cabeças firam esmagadas contra as arvores. 

Um destes três líderes chegou de mandar matar quase todas as suas esposas, que eram mais de duas dezenas.

E os assassinos, os torcionários e carrascos, na sua maioria parentes dos líderes, passeiam a vontade, estão livres sem serem incomodados, e muitos deles a ocupam Funções de destaque no aparelho de Estado, no Exército, na Polícia Nacional e na Segurança do Estado.

Mas as vítimas eram filhos de pais, mães e netos de alguém. Eles deixaram etnias, tribais, clãs, linhagens, comunidades, parentes, esposas, filhos e netos, e amigos que choram incessantemente estes mortos e juraram vinga-los.

Como e que não haverá vingança em Angola contra estes partidos assassinos?

Certamente que estes não são bem-vindos em muitas regiões onde as suas vítimas eram oriundas.

A rejeição violenta das suas visitas por parte destas comunidades deve ser considerada como uma intolerância política ou um acto de retaliação?

E apenas o poder que protege ainda o MPLA desta vingança por parte das populações enlutadas por esta formação política. Basta este sair do poder, ele também pagará pelos crimes cometidos.

Entre os três Partidos históricos nenhum e santo. Todos eles são criminosos: perseguiram, torturaram, mataram, massacraram e dizimaram os seus próprios dirigentes, políticos e militares, quadros, militantes e outras vítimas inocentes. 

Nestes partidos, a inteligência, a visibilidade, a audiência, a fama e a popularidade eram e continuam a ser reservadas exclusivamente para os seus presidentes.

Cada um destes partidos tem zonas onde ele e rejeitado, devido aos seus actos maléficos.

A verdade deve ser dita sobre a história de Angola. Angola precisa de uma confissão nacional para que o pais avance.

Os criminosos, assassinos e aqueles que incentivaram estas práticas devem ser denunciados, julgados e condenados.

Os três Partidos, principalmente a UNITA e a FNLA nunca conquistarão o poder se eles não confessarem publicamente os seus crimes e pedirem perdão as famílias das suas vítimas e ao povo angolano.

O mesmo acontece com o MPLA cujo poder e um bem mal adquirido que não dá proveito.

Noutras formações políticas como a CASA-CE, PRS, etc. a retaliação atinge seletivamente alguns membros provenientes dos três referidos partidos históricos. 

Como nenhum filho se reconcilia com o assassino do seu pai, os conflitos devem ser considerados como 

Intolerância política ou retaliação?

 

Rate this item
(0 votes)