O conceito de corredor de desenvolvimento, visa criar condições de desenvolvimento, assentes na existência de recursos económicos abundantes com capacidade para atrair e estimular a actividade económica e o investimento, ou funda-se na presença de infraestruturas e de sistemas operacionais especialmente credenciados para o transporte e escoamento da produção oriunda das regiões geograficamente inseridas nas áreas de delimitação estabelecidas ou, inclusivamente, como quase sempre acontece, na verificação conjunta de ambos os pressupostos[1].
O corredor do Lobito constitui um factor de realce para a economia Angolana e sobretudo para a região da África Austral.
Como é consabido, grande parte deste projecto ficou praticamente adormecido e destruído fruto do conflito armando que o mais esteve mergulhado durante décadas, o que deu azo a procura pela Zâmbia, de outros portos nomeadamente: o da Tanzânia e África do Sul de maneira a permitir escoamento de grande parte da sua produção, bem como importar os produtos de que necessita, o que os tornava mais caro. Igualmente a República Democrática do Congo (RDC) teve que optar por outros portos para exportar a produção de cobre.
O referido projecto é o culminar de avultados investimentos efectuados no sector dos transportes com o relançamento do processo de reconstrução das principais infraestruturas, nomeadamente: linha do caminho-de-ferro, porto do lobito, refinaria do lobito, indústrias tecnológicas e transporte aéreo com o intuito de potenciar e servir como uma porta de oportunidades para a economia angolana.
Vantagens
Inúmeras são as vantagens que a implementação do referido corredor pode trazer para a economia angolana, de entre as quais podemos apontar as seguintes:
- Integração da Economia Angola com demais países da Região, nomeadamente: Zâmbia e RDC;
- · Escoar grande parte da produção de mineiros dos referidos países através do oceano atlântico de forma segura e barata;
- · Aumentar e diversificar as fontes de receitas para da economia Angolana;
- · Fomento do turismo;
- · Geração de mais postos de trabalho;
- · Ligar por via terrestre o País, permitindo o fomento de grande parte dos produtos produzidos localmente;
- · Fomento das trocas comerciais internas;
- · Exportar grande parte dos produtos nacionais com elevada capacidade de produção nacional;
Julgamos ser relevante nesta altura o relançamento do corredor do Lobito, pois numa fase em que o fluxo de receitas diminuíram na economia angolana fruto da redução do preço do barril do petróleo no mercado internacional, optar por relançar iniciativas que permitem aumentar a base tributaria da economia é benéfico, e destarte, dar o seguimento de diversos programas e projectos que ajudem a melhorar o desenvolvimento económico e social de Angola.
Por Jonísio Salomão