"O Estado angolano achou por bem participar fundamentalmente com recursos. Porque a RCA não tinha recursos nem para fazer funcionar o Governo. Mais forças sem Governo não seria uma solução muito relevante", explicou o general Sachipengo Nunda, à margem do encontro das chefias militares da lusofonia, que está a decorrer em Luanda.
Em causa estava o envio de um batalhão de infantaria motorizada, com o seu armamento técnico, uma companhia de forças especiais e um hospital de campanha para a RCA, para integrar a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme anunciado pelo Governo angolano a 20 de novembro, na sequência de um pedido nesse sentido à Assembleia Nacional.
A RCA continua a viver um cenário grave de violência inter-religiosa, estando no terreno uma força internacional de manutenção de Paz da ONU (MINUSCA), que deveria contar, segundo o anúncio de 2014, com mais 2.000 militares angolanos.
Contudo, referiu agora o general Sachipengo Nunda, questionado pela Lusa, "mais fogo" pode não ser a solução para a situação naquele país africano.
"Angola achou que já está a dar o apoio. O apoio que já se está a dar ao Governo [da RCA], para que reconstitua o Estado, talvez seja mais importante, mais útil, do que mandar forças [angolanas] para o terreno", reconheceu o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Angola.
O envio de forças militares por Angola para a RCA chegou a ser prevista para o primeiro trimestre de 2015.
"Angola, na voz do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, escreveu ao Secretário-geral da ONU, comunicando da disponibilidade do nosso país em enviar forças para integrar a MINUSCA", informou, em novembro, o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço.
Desde dezembro de 2013 que a RCA enfrenta sucessivos casos de violência protagonizados por milícias muçulmanas, partidárias dos rebeldes do Seleka, e cristãos denominados anti-Balaka.
Em 2014 estavam no terreno cerca de 2.000 militares franceses e 5.800 da União Africana.
LUSA