O ano de 2015 já leva um mês, mas o acordo que ia colocar a TAAG sob gestão daquela que tem sido considerada a melhor companhia de aviação do mundo, a Emirates, continua por aplicar. Isto embora o acordo tenha sido assinado pelo Governo - através do Ministério dos Transportes - e pela Emirates já em Setembro e apontasse o seu início para Janeiro deste ano.
O SOL contactou fontes do Ministério dos Transportes e da TAAG, bem como a delegação da Emirates, para perceber o andamento do acordo. Todas as fontes asseguraram que o contrato ainda não está em vigor, mas ninguém conseguiu justificar as razões para o atraso.
A única informação avançada aponta para uma reavaliação do documento, em curso por parte do Ministério e da administração da Emirates, mas sem serem adiantados mais pormenores.
“Estamos muito distantes do processo, uma vez que o acordo foi assinado directamente entre o Ministério dos Transportes e a Emirates. Eles conhecem melhor o assunto”, justificou ao SOL a fonte da TAAG.
O interlocutor do Ministério dos Transportes assumiu que, na altura devida, será feito um esclarecimento público sobre o assunto. “Pouco ou nada posso acrescentar agora”, reiterou.
Perante a insistência, lá adiantou que “as partes têm-se reunido com o intuito de, a curto prazo, colocarem em prática o acordo”.
Já a delegação da companhia Emirates em Angola escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o assunto.
Cargos de topo em disputa
Por outro lado, circula informação, não confirmada, de que o atraso poderá estar relacionado com a disputa de cargos na hierarquia da empresa. O pacto prevê que a gestão de topo passe a ser maioritariamente da responsabilidade de uma equipa de executivos da Emirates.
Especificando, o conselho de administração da TAAG terá cinco membros nomeados pelo Governo angolano, o vice-presidente e quatro administradores não executivos. Já a Emirates conta com quatro administradores, todos executivos, um dos quais com as funções de presidente da companhia. Os restantes ficam com as áreas comercial, operacional, financeira e administrativa.
Quando no final de Setembro de 2014 o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, rubricou a aliança com a administração da Emirates, justificou que o objectivo era conseguir uma gestão profissional, que libertasse a transportadora angolana de problemas de eficiência, aumentando a oferta e melhorando o serviço.
“Nascerá uma nova TAAG, que se pretende alinhada com os padrões e o estado da arte a nível mundial”, afirmou então o ministro. Para o responsável, a aliança leva a TAAG “às melhores práticas, formação, know-how, tecnologia e experiência”. Segundo uma nota que foi distribuída à imprensa na altura, o contrato de gestão permite reduzir custos através de economias de escala que resultem da aquisição de produtos e serviços na rede do grupo Emirates. Estes objectivos são alcançados sem prejuízo para os actuais trabalhadores da TAAG, lia-se no documento.
SOL