Sem nunca enunciar nomes o CEO do BPI criticou indirectamente o facto de elementos que representavam a elite da Justiça portuguesa quando José Sócrates liderava o Governo e era alvo de suspeitas em alguns processos mediáticos, como Face Oculta ou Taguspark, terem estado presentes na apresentação do livro do ex-primeiro-ministro.
Ainda sobre Angola, Fernando Ulrich afirmou: "não consigo partilhar este clima de suicídio colectivo".
"Não estou a antecipar represálias nem vi que isso tenha sido anunciado por ninguém", acrescentou o CEO do BPI referindo-se ao discurso de 15 de Outubro de José Eduardo dos Santos, onde o presidente angolano admitiu rever a parceria entre os dois países. Para o CEO do BPI, as palavras do chefe de Estado "têm mais a ver com projectos futuros".
Fernando Ulrich sublinhou que "não há outro país no mundo com quem Portugal consiga ter o relacionamento que tem com Angola". "Temos o maior respeito por todas as autoridades de todos os países onde estamos", acrescentou.
O banqueiro defendeu ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros. "Penso que aquilo que ele disse foi do mais elementar bom senso. Não teria dificuldade em dizer algo parecido", afirmou Ulrich, referindo-se as declarações de Rui Machete à rádio de Angola.
O BPI, o terceiro maior banco privado português em activos, comunicou hoje ter registado entre Janeiro e Setembro uma queda de 38% dos lucros para 72,7 milhões de euros. Os analistas consultados pela agência Reuters tinham antecipado uma diminuição do resultado líquido para 67 milhões de euros.
Diário Econômico