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Domingo, 20 Outubro 2013 21:05

Secretario Provincial da UNITA agredidos no antigo bastião da UNITA na Jamba

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Informa-se do Kuando Kubango, que o Secretario Provincial da UNITA, e a delegação que encabeça foram agredidos na Jamba, antigo bastião da UNITA, por elementos instrumentalizados entre os quais efectivos afectos à Casa Militar do Presidente da Republica

Kambinda e seus companheiros encontravam-se de visita a antiga capital da resistência angolana ao expansionismo russo-cubano, no dia 17 do mês em curso, no culminar da digressão efetuada aos municípios da orla, para constatar o nível de implantação do Partido, bem como avaliar o grau de cumprimento dos programas traçados superiormente.

Uma fonte do Partido nas terras do fim do mundo refere que a viatura em que fazia transportar a comitiva do dirigente provincial foi danificada. Foram igualmente destruídos os imóveis e moveis construídos pela UNITA na Jamba, numa clara demonstração da vontade macabra do Presidente Jose Eduardo dos Santos - JES, de apagar da história os feitos de Jonas Savimbi e da UNITA. A Jamba não existia antes.

Era selva habitada por animais ferozes e elefantes. Foi erguida do nada e tornou-se Base Revolucionaria de Apoio à luta da UNITA para a conquista e instauração da democracia em Angola. Jamba era capital diplomática do Galo Negro, de onde transmitia ao mundo a mensagem dos angolanos. Longe de um simples acampamento de guerrilheiros, a Jamba era o centro de ensaio do exercício do poder.

Lá funcionaram as estruturas do Presidente e Alto Comandantes das FALA, dos Estado Maior Geral das FALA, com todos os seus Departamentos Nacionais, um Hospital Central de referencia, com bloco operatório e laboratório, equipados com meios modernos que Luanda não tinha. Na Jamba estava instalada a administração civil e militar. Um liceu nacional e escolas primarias que cuidavam da educação das crianças. Todas as crianças tinham obrigação e direito de estudar e tinham bons e renomados professores. Havia na Jamba uma

Oficina geral de fardamento para vestir as tropas e quadros em todo o pais. Funcionava na Jamba uma oficina de guerra -Oficengue, que reparava e reabilitava todos os artefactos militares, capturados das frentes de guerra. Ali tudo era aproveitado. Utensílios de uso domestico para as familias da Jamba e não só, eram feito na Oficengue. Além das instalações da VORGAN e da KUP, na Jamba funcionou o Batalhão de Instrução Comandante Monteiro, onde em 1984 foi recebido o americano Henri Kissinger, ainda no BI funcionava a Cooperação vocacionada a receber e alojar visitas diplomáticas e jornalistas. O bairro 25 de Dezembro, ou Embaixada, era também uma importante componente da Jamba. Na Jamba foi construído um aeroporto internacional comandante Kazombwela, onde aterravam aviões que podiam vir de todas as partes do mundo.

Os bispos que foram a missão pastoral a Jamba desembarcaram nesse aeroporto, bem como a delegação da Comissão Conjunta Politico - Militar -CCPM, para a implementação dos Acordos de Bicesse, entre a UNITA e o MPLA. Pelas informações disponíveis, o regime angolano só vai preservar essa infraestrutura, o aeroporto, no quadro do PROJECTO transfronteiriço Okavango-Zambeze. Tudo o resto o regime quer ver desaparecido. Já se fala em ter mandado destruir o canhão da Liberdade que estava montado na Praça com o mesmo nome.

Foi nessa praça onde a delegação da UNITA à CCPM se despediu da população que vivia na Jamba, no dia que partiu para Luanda. Também mandou destruir o comboio 5017, que tem simbolismo de alto valor histórico para o Dr Savimbi e militantes da UNITA. Voltando as estruturas que funcionaram na Jamba, vale mencionar a Gráfica que naquela altura funcionava com maquinas Offset, que faziam publicações diversas e várias finalidades. Os serviços de água e electricidadel - SALT também tinham a sua sede na Jamba, a semelhança da Repartição das Obras Publicas -REOP, que se dedicava a construção de tudo que eram obras publicas. O tio Moisés Chivemba, emprestou a esse departamento a sua experiência da junta autônoma estradas de Angola.

Era desse sector, sob coordenação do Vice-presidente Eng. Jeremias Chitunda, o PROJECTO de puxar, por tubagem, a água a partir do rio Cuando, para abastecer as populações da Jamba. O PROJECTO foi interrompido pelo acordo de Bicesse, entre a UNITA e o MPLA, assinado a 31 de Maio de 1991. A primeira experiência angolana, que o governo do MPLA tem dificuldade de implementar em zonas sem rios e com poucas ocorrências de chuvas foi executada pela UNITA na Jamba. Estou a referir-me às sondas de extração de água no subsolo. O general Begni tinha uma sua Tecnica de descobrir onde havia lençóis de água.

Há muito que se diga sobre a Jamba. Antes de ser transferida para o Rivungo, a Escola de Formação de Quadros funcionou na Jamba. Embora tivesse a sua sede nacional no Likuwa, a Escola Auto Rodas tinha a sua representação na Jamba e nelas os interessados aprendiam a conduzir veículos de todo o tipo, incluindo veículos militares e até tanques de guerra. Para a manutenção de ordem publica e dirimir conflitos entre as pessoas havia na uma Esquadra Piloto de Policia. O Actual Comissário Madaleno Tadeu e outros quadros que tinham militado em fileiras da policia colonial portuguesa contribuíram para estruturação desse órgão de defesa e segurança civil. Voltaremos ao assunto.

UNITA ANGOLA

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Last modified on Domingo, 20 Outubro 2013 19:47