"Se ocorrer a mesma coisa, paramos o repatriamento e pedimos um encontro urgente com as autoridades angolanas para determinar novas modalidades práticas (...) e evitar tais problemas", disse à agência France Presse o ministro do Interior, Richard Muyej, adiantando estar "convencido de que o erro vem do lado das autoridades angolanas".
De acordo com os últimos dados oficiais, de julho, de um total de 47.851 refugiados angolanos que ainda residem na vizinha RDC, 29.659 candidataram-se ao repatriamento voluntário enquanto 18.192 optaram pela integração local. Desde 2003, quando se iniciaram as operações de repatriamento organizadas pela RDC, Angola e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), foram cerca de 76 mil refugiados que regressaram ao país.
Na terça-feira, uma primeira caravana com cerca de 500 destes últimos refugiados deixou Kinshasa, mas 182 ficaram bloqueados na fronteira, acabando depois 116 por conseguirem passar. No caso dos restantes 66, os documentos que lhes deveriam permitir passar a fronteira, "entregues pela embaixada angolana em Kinshasa, não foram aceites pelas autoridades angolanas", disse na quinta-feira à noite à AFP Céline Schmitt, porta-voz do ACNUR.
O regresso destes refugiados, que fugiram de Angola durante as várias décadas de conflito armado no país, foi acertado em julho, devendo o processo de repatriamento estar concluído até final do ano. Quanto aos 18.192 que optaram pela integração local, o Executivo angolano pretende concluir em 2015 a sua legalização e ser-lhes-ão atribuídos passaportes.
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