De acordo com o jornal, o porta-voz do Comando Geral da Polícia de República de Moçambique (PRM), João Machava, confirmou, na terça-feira, a detenção dos quatro suspeitos na capital moçambicana, Maputo.
"A única coisa que posso avançar sobre este assunto é que o grupo continua detido em Maputo, aguardando pelos procedimentos legais para serem levados de volta ao local do crime [África do Sul]", disse Machava, citado pelo mediaFAX, adiantando que um dos detidos, o tenente-coronel Francis Gakwerere, integra actualmente o exército ruandês.
Patrick Karegeya nasceu no Uganda, em 1960, tendo pertencido aos quadros do exército daquele país, na década de 1980.
Em 1982, foi acusado de traição e condenado a três anos de prisão, voltando, mais tarde, a integrar o exército ugandês, enquanto tenente dos seus serviços secretos, e participado na invasão do Ruanda.
Entre 1994 e 2004, ocupou o cargo de director-geral dos serviços secretos das Forças de Defesa do Ruanda, para a frente externa, acabando, mais tarde, por ser acusado de deserção e insubordinação e detido durante 18 meses.
Já em Junho de 2006, perdeu o título de coronel, que lhe havia sido atribuído pelo exército ruandês, fugindo do país em 2007. Acaba, depois, por revelar ter tido ligações aos serviços secretos sul-africanos, enquanto desempenhou funções no exército do Ruanda.
No primeiro dia de 2014, foi encontrado morto num hotel em Sandton, cidade satélite de Joanesburgo, na África do Sul, país que lhe tinha concedido asilo político.
O mediaFAX escreve ainda que as autoridades sul-africanas e ruandesas estão actualmente a exigir a deportação dos detidos para os seus países, mas, considerando a declaração do responsável da polícia moçambicana, os quatro homens deverão ser deportados para a África do Sul.
Alegadamente próximo de Félicien Kabuga, procurado pelos Estados Unidos pelo suposto financiamento do genocídio de 800 mil pessoas, em 1994, no Ruanda, Karegeya acusou, em 2010, o actual Presidente ruandês, Paul Kagame, de ser um ditador e de estar a organizar uma vaga de assassínios políticos.
Lusa