De acordo com uma fonte policial, o homem não estava na lista de vigilância dos serviços de inteligência da França, mas era conhecido pela polícia por relação com crimes comuns, como roubo e violência. Seu apartamento foi revistado nesta manhã, informou a mídia. Vizinhos o descreveram como uma pessoa solitária e quieta.
O caminhão branco de 25 toneladas avançou em alta velocidade pelo Passeio dos Ingleses, a avenida costeira de Nice, para onde centenas de pessoas se dirigiram para presenciar os fogos de artifício por ocasião do aniversário da Queda da Bastilha. O atentado foi classificado pelo presidente François Hollande como terrorista.
Depois de se deslocar por dois quilômetros, atingindo as pessoas pelo caminho, o motorista, que tinha uma arma e atirou várias vezes, foi abatido pela polícia. O ataque desenfreado deixou ainda 188 feridos, 48 em estado críticos. Segundo uma fonte médica, 50 crianças estão hospitalizadas.
— Era um caos. Vimos gente ferida (...) ouvimos muitas vítimas gritarem — relatou um jornalista da agência AFP.
Uma fonte policial disse que o veículo havia sido alugado na região há alguns dias. Até o momento, o ataque parece ter sido ato solitário.
Dezenas de pessoas buscavam ao mesmo tempo no Twitter notícias de seus parentes. As autoridades fizeram um apelo urgente para que as pessoas doem sangue.
Por sua vez, a mesquita de Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita, pediu a união de "esforços para derrotar o terrorismo e limpar o mundo deste mal".
'CARÁTER TERRORISTA'
O "caráter terrorista" do ataque é inegável, disse em um discurso televisivo o presidente Hollande.
O chefe de Estado também advertiu que, apesar dos ataques, a França reforçará sua ação na Síria e no Iraque, países onde combate os terroristas do Estado Islâmico (EI).
O estado de emergência, que deveria terminar em 15 dias, foi prolongado por três meses. Este regime, decretado após os atentados de 13 de novembro, facilita as operações policiais e a prisão domiciliar de suspeitos.
Igualmente, Hollande anunciou o recurso a milhares de cidadãos reservistas para apoiar policiais e gendarmes, esgotados por meses de vigilância intensiva desde 2015.
Este é um dos atentados mais sangrentos cometidos na Europa nos últimos anos. No dia 13 de novembro passado, extremistas do Estado Islâmico mataram em Paris 130 pessoas, 90 delas na casa de shows Bataclan.
Antes destes atentados, a França já havia sido atingida pela violência terrorista nos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos e que foram seguidos por vários outros ataques e tentativas.
A autoria do ataque ainda não foi reivindicada.
"Não era muçulmano, era um m...", diz primo de ex-mulher de suspeito
Walid Hamou é primo de Hajer Khalfallah, a ex-companheira de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o homem suspeito de ter conduzido o camião contra a multidão, em Nice.
Mohamed Lahouaiej Bouhlel, foi confirmado já esta tarde pelo procurador francês, é mesmo o suspeito principal do ataque, sendo que Hajer Khalfallah foi detida durante a manhã, para interrogatório, pelas autoridades francesas. Mohamed e Hajer estariam em processo de divórcio e Bouhlel era conhecido da polícia francesa, por pequenos crimes.
Num altura em que o atentado ainda não foi reivindicado, Walid Hamou, o primo da ex-companheira do suspeito, não hesita nas palavras. “Não era muçulmano, era um merdas”, afirma Walid em declarações ao britânico Daily Mail.
“O Bouhlel não era religioso. Não ia à mesquita, não rezava” e, além do mais, “bebia álcool, comia carne de porco e consumia drogas”, acusa ainda Walid, salientando que estes são gestos proibidos no Islão.
Walid acusa ainda Bouhlel de violência doméstica sobre a sua prima.
Saliente-se que o francês Nice Matin, publicação local, adiantou que os vizinhos de Bouhlel o descrevem como um homem “silencioso” mas também “solitário”.
O Centro Comunitário Muçulmano de Kingston, junto ao campus da Universidade Rhode Island, em Nova Iorque, foi vandalizado na madrugada desta sexta-feira.
De acordo com o Providence Journal, o ato de vandalismo foi levado a cabo durante a noite depois do ataque terrorista em Nice, França, que fez 84 vítimas mortais e mais de 100 feridos.
Os vândalos partiram uma das janelas do centro e grafitaram as paredes, escrevendo: “Maomé, profeta dos carniceiros”.
Vídeo mostra momento em que camião embateu contra multidão e a policia matou o terrorista