Segundo a edição de hoje do jornal O País, pertencente ao mesmo grupo da STV, nove dos 13 corpos estão debaixo da ponte sobre o rio Piro e quatro encontram-se próximos do rio, em Macossa, província de Manica, a apenas três quilómetros do distrito de Gorongosa, na província de Sofala.
No sábado, jornalistas de vários órgãos de comunicação social, incluindo a Lusa, testemunharam e fotografaram 15 corpos espalhados no mato, no distrito da Gorongosa, nas proximidades de uma suposta vala comum denunciada por camponeses, cujo acesso está vigiado por militares.
Comissão de Direitos Humanos de Moçambique pede "acesso incondicional" a locais de corpos abandonados
A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) de Moçambique, instituição estatal, considerou hoje "grave e preocupante" a existência de corpos abandonados no centro do país e pediu o "acesso incondicional" de entidades nacionais ou internacionais aos locais.
Lembrando que o centro do país vive uma crise política e militar, o presidente da CNDH, Custódio Duma, disse hoje, em conferência de imprensa realizada em Maputo, que o Governo deve "criar condições necessárias para que seja realizada uma investigação séria, independente e transparente nos locais mencionados, quer seja por entidades da sociedade civil, religiosas ou instituições de direitos humanos".
O Escritório do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos informou na quarta-feira estar em contacto com as autoridades moçambicanas para aceder à zona onde se encontram corpos abandonados.
Comentando este desenvolvimento, Custódio Duma referiu que o caso "está a criar interesse, não só em Moçambique, mas também fora" e a declaração das Nações Unidas "também é importante" para que o Governo dê acesso às entidades de investigação, visando a proteção dos direitos fundamentais e a segurança dos cidadãos.
"A CNDH considera grave e preocupante a existência de vários corpos espalhados nas matas e visíveis na via pública, sobre os quais não existem esclarecimentos sobre os contornos das mortes", salientou Duma.
© Lusa