A polícia federal brasileira realizou, desde a madrugada desta sexta-feira, buscas na casa do ex-presidente.
Lula da Silva foi levado para interrogatório pela polícia. O jornal "Folha de São Paulo" citou membros da defesa de Lula da Silva, que confirmaram que o ex-presidente foi levado para o aeroporto de Congonhas, onde prestou depoimento à Polícia Federal (PF).
O ex-presidente, segundo o jornal, reagiu bem quando a PF bateu à sua porta e estava "tranquilo".
De acordo com o sítio eletrónico de notícias "G1", as buscas - no âmbito da "Operação Lava Jato", que começou em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de capitais - ocorreram na casa do ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo, cidade da região metropolitana de São Paulo.
O ex-presidente foi alvo de um dos mandados de detenção e será obrigado a prestar esclarecimentos, segundo o delegado Igor Romário de Paula.
A ação foi batizada pela PF de "Aletheia" e é uma referência a uma expressão grega que significa "busca da verdade".
De acordo com a "Folha de São Paulo", agentes da PF também fizeram buscas na casa de um dos filhos de Lula, Fábio Luiz Lula da Silva (também conhecido como Lulinha), em Moema, na cidade de São Paulo.
Ainda em São Paulo, houve também agentes da PF no Instituto Lula e na construtora Odebrecht e mandados para propriedades nas cidades de Atibaia e Guarujá, onde estão uma quinta e um apartamento, respetivamente, além de Santo André e Manduri.
Esta é a 24ª fase da "Operação Lava Jato" e foi cumprida em três estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Baía, segundo o site "G1".
Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, dos quais 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Cerca de 30 auditores da Receita Federal (Finanças) também participam na operação.
A determinação da busca e apreensão é do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, no Paraná.
De acordo com a PF, entre os crimes investigados nesta etapa estão corrupção e branqueamento de capitais, entre outros praticados por diversas pessoas no contexto de esquema criminoso revelado e relacionado com a Petrobras.
A ação, com 200 polícias, é realizada um dia após ser revelado um acordo de delação premiada (testemunho em troca de possível redução de pena) do senador Delcídio do Amaral. O político declarou que Lula da Silva mandou comprar o silêncio de outras testemunhas.
JN