"O presidente Pierre Nkurunziza foi destituído de suas funções, o governo foi dissolvido", anunciou na rádio Insaganiro o ex-general Nyombare, destituído em fevereiro pelo chefe de Estado, depois que recomendou ao presidente não disputar o terceiro mandato, considerado inconstitucional por seus adversários políticos.
Ex-diretor do serviço de inteligência afirmou também que foram encerrados todos os aeroportos e fronteiras do país.
Enquanto isso, nas ruas da capital, Bujumbura, dezenas de milhares de pessoas, incluindo muitos militares, estão a celebrar o aparente golpe de estado.
Depois do anúncio de Niyombare, ouviram-se tiros esporádicos no centro da capital. Soldados fiéis ao Presidente dispararam para o ar para dispersar centenas de opositores de Nkurunziza, que, segundo um jornalista da AFP, saíram à rua e se concentraram junto às instalações da radiotelevisão nacional. Militares defensores do afastamento do chefe de Estado tentaram tomar as instalações da estação, mas a guarda resistiu, segundo informações da Reuters.
“Consideramos isto uma piada, não um golpe”, disse um conselheiro do Presidente, Willy Nyamitwe, à Reuters. À AFP confirmou o levantamento de “um grupo de militares” e considerou “fantasista” a declaração de golpe. Disse também que “as pessoas que lançaram essas mensagens através das rádios privadas estão a ser procuradas para serem levadas à justiça”.
No entanto, forças leais ao presidente cercaram as instalações de radiodifusão nacional e desconhece-se para já se o general Niyombare tem o apoio das outras chefias militares do Burundi.
A França pediu entretanto a realização de consultas de emergência no Conselho de Segurança da ONU sobre a situação no Burundi e o presidente da Comunidade dos Países da África Oriental, Jakaya Kikwete condenou o golpe no Burundi e apelou ao regresso à ordem constitucional.
Os correspondentes internacionais que se encontra na capital burundinesa, Bujumbura, diz não ser claro ainda se o general tem o total apoio do exército.
Pouco antes, um militar que pediu o anonimato disse à AFP que há “negociações entre os dois campos” para encontrar “uma solução” que preserve “os interesses nacionais”. As duas partes estão “de acordo em não derramar o sangue dos burundianos”, acrescentou.
A França, Estados Unidos de América e Bélgica foram hostis a um terceiro mandato do presidente Pierre Nkurunziza.