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Quarta, 13 Agosto 2014 21:58

Morreu Eduardo Campos, candidato às presidenciais no Brasil

Eduardo Campos morre no mesmo dia do avô Miguel Arraes Eduardo Campos morre no mesmo dia do avô Miguel Arraes

Eduardo Campos, candidato às eleições presidenciais no Brasil, morreu esta quarta-feira. O político seguia a bordo de um jato que caiu em Santos. "Perdemos um grande brasileiro", disse Dilma Rousseff.

Morreu Eduardo Campos, candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) às eleições presidenciais do Brasil. O ex-governador do estado de Pernambuco seguia a bordo de um jato que caiu na tarde desta quarta-feira numa zona residencial de Santos, cidade localizada a cerca de 71 quilómetros de São Paulo, no Brasil.

O avião partira do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e tinha como destino o aeroporto de Guarujá, em São Paulo. A aeronave, do modelo Cessna 560XL, despenhou-se no bairro Boqueirão, zona residencial de Santos, por volta das 14 horas portuguesas.

A Força Aérea brasileira, em comunicado, informou que o jato “se preparava” para aterrar, mas “arremeteu devido ao mau tempo” e, “em seguido, o controlo de tráfego aéreo perdeu contacto” com o avião.

O jato despenhou-se na esquina entre a rua Vahia de Abreu e a rua Alexandre Herculano, no bairro Boqueirão, em Santos, cidade no litoral do Estado de São Paulo. Autor: Milton Cappelletti

O jato particular, segundo a Infraero, entidade que gere os aeroportos no Brasil, seguia com sete pessoas a bordo: Eduardo Campos, candidato às eleições presidenciais do Brasil, um assessor, Carlos Augusto Leal, um fotógrafo, Alexandre Gomes Santos, Paulo Valadares Neto, Marcelo Lira e os dois pilotos, Marcos Martins e Geraldo da Cunha.

Não há sobreviventes do acidente, avançou o diário Estadão. O chefe da Defesa Civil de Santos revelou que pelo menos 10 edifícios foram atingidos e 10 pessoas ficaram feridas.

Às 17h34, o Estadão avançou que elementos do Centro de Prevenção e Investigação e Prevenção Aeronáutica (CENIPA) já tinham chegado ao local. Por norma, acrescentou o diário, as investigações duram cerca de 30 dias.

Além de candidato às eleições presidencias brasileiras, Eduardo Campos, de 49 anos — celebrados a 10 de agosto –, era presidente do Partido Socialista Brasileiro. Foi Ministro da Ciência e Tecnologia durante a presidência de Lula da Silva (entre janeiro de 2004 e julho de 2005) e governador do Estado de Pernambuco, de janeiro de 2007 a abril de 2014. “O país perde um homem público de rara e extraordinária qualidade. Ao longo de toda sua vida, Eduardo lutou para tornar o Brasil um país mais justo e digno”, lembrou Lula.

Eduardo Campos morre no mesmo dia que o seu avô, Miguel Arraes, falecido em 2005, que também fora (por três vezes) governador de Pernambuco.

“Uma perda irreparável”

Cerca de duas horas após a confirmação da morte de Eduardo Campos, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em nota oficial, decretou a interrupção da sua campanha por três dias. “Neto de Miguel Arraes, exemplo de democrata para a minha geração, Eduardo foi uma grande liderança política. Desde jovem, lutou o bom combate da política, como deputado federal, ministro e governador de Pernambuco, por duas vezes”, escreveu.

À hora do acidente, Marina Silva, candidata a vice-presidente pelo PSB, estava em São Paulo a gravar um programa televisivo de campanha. “Ela está em casa, chocada”, revelou ao Estadão um dos assessores da Rede Sustentabilidade, movimento político que criou. A revista Exame já escreveu que deverá ser Marina Silva a escolhida para suceder a Eduardo Campos, como candidata do PSB às eleições presidenciais. O partido, aliás, terá 10 dias para escolher um novo candidato ao sufrágio, noticiou o Folha de São Paulo

Roberto Amaral, vice-presidente do PSB, assegurou que os membros do partida ainda “não têm cabeça” para falar sobre o assunto. “Primeiro, vamos enterrar o nosso presidente. Depois, assumo a presidência e convoco o diretório nacional do partido”, afirmou, citado pelo Estadão.

Aécio Neves, também candidato presidencial, pela coligação Muda Brasil, já reagiu à morte de Eduardo Campos, através da sua conta oficial de Twitter. “É com imensa tristeza que recebi a notícia do acidente que vitimou o ex-governador e meu amigo Eduardo Campos. O Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava. A perda é irreparável e incompreensível”, lamentou.

O PSB, em comunicado, relembrou que Eduardo Campos “vivia o auge de sua brilhante carreira política”, sublinhando a sua coerência com “os princípios que sempre nortearam a sua vida, e o primeiro deles era a busca por justiça social”. E acrescentou: “Perdemos Eduardo Campos quando mais o Brasil precisava de seu patriotismo, seu desprendimento, seu destemor e sua competência.”

Márcio França, presidente do PSB em São Paulo e uma das pessoas que esperava a aterragem do jato no aeroporto de Guarujá, sublinhou que Eduardo Campos “era um dos jovens mais brilhantes que a política brasileira produziu nos últimos anos”. Júlio Delgado, deputado federal, lamentou a “perda irreparável” que representa a morte de Eduardo Campos”. Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo, já decretou três dias de luto pela morte do político.

O líder do Partido dos Trabalhadores e deputado estadual de São Paulo, Rui Falcão, divulgou uma nota na qual manifestou um “imenso pesar” pela morte de Eduardo Campos, além de informar que o partido “decidiu cancelar todas as atividades públicas referentes à campanha eleitoral nas esferas nacional, estadual e municipal, em manifestação de luto, com duração de três dias”.

A Ibovespa, o principal índice da Bolsa de São Paulo, registou uma queda de 1,5% após a confirmação da morte de Eduardo Campos.

Eduardo Campos era jovem político promissor, diz Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (13) que Eduardo Campos era um jovem político que tinha um futuro promissor. "Eu quero dizer que hoje o Brasil está de luto e sentido com uma morte que tirou a vida de um jovem político promissor e esse fato entristeceu todos os brasileiros e brasileiras", afirmou.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, a petista também disse "o Brasil perde uma forte liderança, com um futuro extremamente promissor pela frente, um homem que poderia galgar os mais altos postos do país".

Em sua fala, a presidente também lembrou que Campos era neto de Miguel Arraes (1916-2005), "um grande político, um grande democrata, um lutador referência para minha geração", disse. "Eduardo Campos, neto dessa liderança, seguiu os seus passos e duas vezes foi governador de Pernambuco", completou em seguida.

observador.pt

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