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Segunda, 04 Janeiro 2016 06:25

Empréstimo da China reduz impacto da crise em Angola

Angola recebeu da China novas linhas de crédito de seis mil milhões de dólares que vão ajudar a enfrentar as dificuldades orçamentais provocadas pela quebra do preço do petróleo, refere um comunicado da Economist Intelligence Unit.

“O caso de Angola é demonstrativo de como a nova conjuntura trouxe um maior envolvimento, sobretudo com as novas linhas de crédito de seis mil milhões de dólares concedidas pela China para ajudar a enfrentar as dificuldades orçamentais provocadas pela quebra do preço do petróleo”, salienta o documento.

As novas linhas de crédito, negociadas na sequência da visita do Presidente José Eduardo dos Santos a Pequim e destinadas a investimentos públicos em infra-estruturas, elevam o valor total dos empréstimos chineses assumidos por Angola para perto de 20 mil milhões de dólares.

Dados de 2014 da Organização Mundial do Comércio mostram que a China  ascendeu à primeira posição na lista dos maiores fornecedores de Angola. Angola e a China estabeleceram em Agosto um acordo oficial que permite reciprocidade no uso das moedas de ambos os países, o que permite às autoridades angolanas reduzirem a necessidade de dólares.

As trocas comerciais com o Brasil, principal parceiro económico da China, caíram este ano em mais de 18 por cento e com Angola a redução foi ainda mais acentuada, quase 45 por cento, reflexo da descida do preço do barril de petróleo. No caso de Moçambique, os sinais são de crescente envolvimento com o gigamnte asiático, sobretudo a nível financeiro.

O crédito de Pequim aumentou desde 2012 em 160 por cento. O peso do financiamento da China a Moçambique deve crescer quase 50 por cento face aos valores actuais do crédito bilateral concedido, com um novo empréstimo de 400 milhões de dólares anunciado em Julho, para a construção de uma linha de transmissão eléctrica de 600 quilómetros entre as províncias da Zambézia e Nampula.

O projecto de construção da central norte do aproveitamento hidroeléctrico de Cahora Bassa, avaliado pelo Governo moçambicano em 413 milhões de dólares, conta com o interesse da China Three Gorges e da State Grid.        O envolvimento de empresas chinesas em Portugal continuou este ano a aumentar, embora não se tenha concretizado a entrada da Fosun ou Anbang no Novo Banco, o que a acontecer era um investimento chinês recorde naquele país europeu, mas foi  consumada a entrada da Haitong no Banco Espírito Santo de Investimentos, que a instituição chinesa pretende transformar numa plataforma para mercados europeus, com forte presença no Reino Unido.

 São Tomé e Príncipe vai receber algumas centenas de milhões de dólares de investimento chinês num porto de águas profundas que promete transformar o arquipélago numa plataforma de transbordo para navios de grande porte.

O Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2014-2016), aprovado durante o último Fórum de Macau, prevê atingir até ao próximo ano a meta de 160 mil milhões de dólares nas trocas comerciais no conjunto de países.

As trocas comerciais entre Angola e a China, em 2014, atingiram 37,07 mil milhões de, um aumento de 3,23 por cento. O comércio entre a China e os países de língua portuguesa atingiu 132,58 mil milhões de dólares, um crescimento de 0,85 por cento em termos anuais.

 A China importou 86,44 mil milhões de dólares em produtos originários dos países lusófonos, uma queda de 1,19 por cento em relação a 2013. Já as exportações foram de 46,14 mil milhões, aumento anual de 4,91 por cento.

Em Dezembro de 2014, os valores comerciais chegaram a mais de 10 mil milhões de dólares  entre os dois lados, um crescimento de 8,10 por cento em relação ao mês anterior de 2013. A taxa de crescimento face ao mês anterior foi similar.

Jornal de Angola

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