"É raro haver uma desvalorização desta dimensão do kwanza", nota Charlie Hampshire. "Uma oscilação deste género não era registada desde 2009", lembra o trader da INTL FCStone, citado pela Bloomberg.
Angola lida atualmente com a forte descida da cotação do petróleo nos mercados internacionais. Há um ano, o barril de Brent, de referência para as importações europeias, negociava nos 108,43 dólares. Atualmente custa nos 62,46 dólares, menos de metade (42,4%) do preço de há um ano.
Este patamar de preços deverá manter-se nos próximos meses, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter mantido a quota de produção diária nos 30 milhões de barris. O cartel pretende reforçar a quota de mercado a nível internacional e contrariar a produção de petróleo de xisto dos norte-americanos.
As descidas no petróleo levaram à revisão do orçamento do Estado angolano para 2015, com o corte de um terço nas despesas totais. Além disso, reduziu o peso do petróleo nas receitas fiscais de 70% em 2014 para 36,5% este ano.
Dinheiro Vivo