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Terça, 09 Dezembro 2014 15:36

Para onde foi o dinheiro do BES Angola? Salgado responde com sigilo bancário

Ricardo Salgado está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito. Ricardo Salgado está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito.

Ex-presidente do BES presta esclarecimentos na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES. Depois de uma intervenção inicial que durou mais de uma hora,

À pergunta "para onde foi o dinheiro do BES Angola?", Ricardo Salgado escusou-se a avançar com pormenores, justificando com o rigor do cumprimento da lei da violação do sigilo bancário naquele país. Há 5,4 mil milhões de dólares de crédito dado pela BESA cujo rasto se terá perdido por ter sido atribuído de forma descricionária e, parte dele, sem as devidas garantias. "Foi muito mau o que aconteceu", frisa.

As regras em Angola são simples e claras, não se pode comentar a situação e os riscos dos bancos supervisionados pelo Banco de Angola fora do país, sublinha Ricardo Salgado, defendendo que por isso não pode ser esclarecedor em relação ao BES Angola.

Sobrinho foi suspenso no final de 2012 pelos acionistas angolanos e portugueses, sublinha Ricardo Salgado.

Quanto aos créditos do banco angolano participado pelo BES, Salgado afirma que a concessão era da responsabilidade de Álvaro Sobrinho. Ricardo Salgado respondia a uma questão de Pedro Santos, deputado socialista que integra a comissão parlamentar de inquérito ao caso GES e BES, relativamente a créditos de 1624 milhões de euros a cinco empresas, parte dos quais não se sabe para onde foram.

Quanto a esta situação, Salgado refere ainda que o crédito concedido pelo BES a Angola era acompanhado de perto pelo administrador Amílcar Morais Pires, responsável pela área internacional. Adiantou que sobre isso os deputados podiam pedir-lhe mais pormenores.

O ex-banqueiro ironizou, depois de explicar que mesmo os auditores e supervisores portugueses tinham dificuldade em esclarecer a informação, dizendo que a certa altura Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola, nomeou a cunhada como responsável da concessão de crédito. 

E rematou dizendo que sobre a garantia de Angola para os créditos do BESA , "caiu na sequência da divisão do BES em dois". Sublinhou que a garantia nunca foi questionada antes da medida de resolução, pelo que, admite, esta terá caído na sequência de a participação do BES no BESA ter ficado no banco "mau".

Expresso

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