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Segunda, 16 Mai 2016 20:52

Financial Times diz que governantes angolanos esbanjaram milhares de milhões

Num artigo publicado hoje no prestigiado jornal britânico Financial Times, Angola é apresentado como um país onde os "governantes esbanjaram milhares de milhões de dólares durante os preços altos do petróleo" e que se viu agora obrigado a voltar a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Assinado pelo jornalista David Pilling - "Tempos difíceis empurram africanos de volta para o FMI" -, o texto lembra que, "um pouco por toda a África, os países que até há pouco tempo não precisavam do FMI como credor de último recurso estão a engolir o orgulho".

Defende igualmente que o recurso ao FMI por esta altura é mais fácil também porque as condições macroeconómicas do continente melhoraram significativamente face ao panorama dos anos 1980 e 1990, mas nalguns países, como Angola, o tempo perdido é notório.

"Angola, cujos governantes esbanjaram milhares de milhões de dólares durante os preços altos do petróleo, é o último a provar o remédio do FMI", escreve, recordando que uma missão da instituição viajará para o país na primeira quinzena de Junho para definir as medidas e o montante da ajuda pedida ao abrigo de um Programa de Financiamento Ampliado.

Para o articulista, a descida do preço das matérias-primas recolocou o FMI no centro das atenções em África. Recorda ainda que nos últimos anos muitos Estados africanos, onde se inclui Angola, satisfizeram as necessidades de crédito junto da banca comercial, mas, actualmente, esses empréstimos têm custos [juros] incomportáveis.

Além de Angola, o artigo apresenta também os exemplos de Moçambique, Zimbabwe, Nigéria e Ghana, entre outros, para defender que o recurso aos sistemas de financiamento do FMI são agora menos difíceis que nos anos 80 e 90, quando vários países foram obrigados a recorrer ao Fundo e tiveram como resposta um conjunto de medidas de austeridade que tornaram a instituição credora altamente impopular no continente.

Para David Pilling, na actualidade, "há menos estigma em pedir ajuda ao FMI, em parte porque o Fundo já não é tão rígido em enfiar medidas neoliberais pela garganta abaixo dos países, sendo agora mais cuidadoso na protecção da saúde, educação e programas de alívio da pobreza".

NJ

 

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