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Terça, 24 Novembro 2015 15:00

Intimidação chega à imprensa independente de Angola

A face mais visível do que já é considerada uma nova política de “mão pesada” das autoridades angolanas tem sido o processo judicial contra Luaty Beirão e os outros dos “15” detidos por suspeitas de insurreição. Mas também na comunicação social há sinais de intimidação. O semanário Agora terá sido a primeira “vítima”.

A suspensão do Agora, há mais de um mês, foi ordenada pela administração da empresa proprietária, New Media, no seguimento de manifestações de desagrado do topo do regime em relação ao espírito crítico da linha editorial da publicação, segundo o Africa Monitor Intelligence.

O jornal vinha mostrando agressividade no que toca a realidades do regime e aspectos das suas políticas. A manchete do seu último número, “JES: Vai pegar ou largar o “tacho” presidencial em 2017?” levou a reações de incómodo no círculo presidencial, segundo a mesma fonte.

Aparentemente como condição prévia para o reatamento da publicação, eventualmente com novo modelo e formato, Ramiro Aleixo, director, foi recentemente afastado do cargo. O afastamento de Ramiro Aleixo, acertado entre o próprio e Álvaro Sobrinho, em Lisboa, terá sido influenciado por dirigentes do MPLA, adianta o AM Intelligence.

A New Media, vulgarmente conhecida como Grupo Madaleno, de Álvaro Sobrinho, controla igualmente a maior parte das chamadas publicações privadas – Novo Jornal, Expansão e Sol, todas partilhando entre si uma moradia do bairro de Alvalade.

O Grupo Madaleno é geralmente considerado testa-de-ferro de interesses de altos sectores do regime e da elite política no mundo mediático – no país e no estrangeiro, Portugal em especial.

Os recentes casos judiciais contra os “15”, bem como agressões a manifestantes e outras medidas de “mão pesada” perante a maior contestação social angolana têm levado a alguns “avisos” da parte de parceiros internacionais de Angola.

AM

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