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Quarta, 07 Outubro 2015 20:02

Carta de bolseiros angolanos no Brasil sobre os atrasos dos subsídios

Prezados Senhores,

Nós estudantes bolseiros de Angola na República Federativa do Brasil vemos por este meio demonstrar o nosso descontentamento com o INAGBE (Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudos), que há mais de três, intermináveis, meses estamos sem a bolsa de estudos, ou seja, nossos subsídios. É sabido de antemão pela instituição supracitada, que o nosso único meio de subsistência é a bolsa da mesma, e que é nos vedado quaisquer exercícios profissionais remunerados, sob pena de ser-nos retirada a vaga nas Universidades.

Também, temos percebido um total despropósito e falta de responsabilidade do INAGBE para com os seus bolseiros, isto é, falta de humanismo e vontade de resolver ou minimizar os inúmeros problemas que nos assolam neste país. Uma vez que, o custo de vida no mesmo país está, cada vez, mais insalubre, e o mais agravante é que somos indiciados a não reprovar, mas atendendo as condições que nós estamos vivenciando no Brasil é muito difícil mantermos a concentração nas nossas atividades acadêmicas.

É de lamentar o desinteresse da instituição para com os estudantes quando chegam ao ponto de não responderem os nossos emails, não atender as chamadas e não nos manter informados sobre as datas dos pagamentos para que possamos dar uma garantia aos proprietários das residências na qual alugamos. É uma tristeza, hoje somos vistos como devedores, entramos em desesperos quando chegam as cobranças das faturas e não ter como pagar. Existem casos de bolsistas sendo despejado do local onde residem por falta de pagamento na data combinada, o valor que nos é enviado, praticamente, serve para custear as despesas em atraso, e ainda dizem que nós gastamos dinheiro sem necessidades.

Temos informações que a crise não afeta o INAGBE, segundo o Diretor Moisés Kafala. Agora nos perguntamos se a crise não afeta o INAGBE porquê então o atraso do dinheiro? É com tantas mentiras e tantos desprezos que exigem sermos alunos brilhantes? Alegam que temos de pedir dinheiro aos nossos pais, e quem o pai não tem possibilidades?

Por tudo isso que foi exposto pedimos as entidades responsáveis, e todas as pessoas que almejam o desenvolvimento de Angola que comunguem esforços urgentes e nos tirem dessa “Trincheira” em que nos submeteram. Estamos abandonados a nossa própria sombra, isto é, estamos numa situação degradante e humilhante. SOMOS VIDAS HUMANAS.

Angola, as nossas vidas estão em perigo eminente neste país longínquo, e é extremamente difícil descrever o que realmente estamos passando, e fizemos no calor do desespero.

Um bem haja a todos e que Deus abençoe as nossas boas ações.

Atenciosamente,

Bolseiros do INAGBE no Brasil.

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