O sociólogo José Fernandes considera prematura a morte de Laurindo Vieira, numa acção que deixou a sociedade em choque, por se tratar do assassinato de um quadro que deixou marcas na nova geração de académicos.
Ao longo do percurso académico, referiu, Laurindo Vieira abordava e interpretava os fenómenos sociais do ponto de vista científico e os enquadrava na estrutura do contexto actual.
José Fernandes lembra-se do malogrado como um homem produtor de conhecimento e formador de opinião, com grandes contribuições essenciais no desenvolvimento harmonioso e sustentável do país, a médio e longo prazos.
Como comentador de televisão, adiantou, Laurindo Vieira é lembrado como alguém vertical e destemido, com abordagens rectas, feitas sem a pressão política. "Ele argumentava com precisão os assuntos em debate”.
Recorrência
A estudante universitária Ana Cristina afirma ser recorrente casos em que há assaltos e assassinatos à saída de bancos na zona do Lar Patriota. "O local onde ocorreu este infortúnio já foi palco de crimes semelhantes e com o mesmo desfecho”, disse.
Para o estudante António Armando, é incompreensível o facto de muitos cidadãos serem reincidentes na pratica de crimes. "É preciso que a Polícia redobre as acções para evitar crimes chocantes como o ocorrido com o sociólogo Laurindo Vieira”.
Tragédia
O fundador da Universidade Gregório Semedo, José Lopes Semedo, lamentou a morte de Laurindo Vieira. Sem saber como descrever a trágica forma como perdeu a vida, disse que é preciso mais medidas para se evitarem situações semelhantes no futuro.
"Perder a vida desta maneira tão trágica é não só lamentável, mas profundamente condenável, uma vez que não se conseguem ver motivos para esta tragédia, que é um prejuízo para a família, para o país e o sector da Educação”, disse.
MPLA enaltece contributo do distinto académico
O Bureau Político do MPLA lembrou ontem a significativa contribuição de Laurindo Vieira para a "academia e impacto positivo para a sociedade”.
Na nota, o Bureau Político do MPLA, em nome dos seus militantes, amigos e simpatizantes, expressa, com profunda tristeza, as mais sentidas condolências à família pela perda inesperada do distinto académico.
Por sua vez, a Provedoria de Justiça recomendou, ontem, às forças de Defesa e Segurança para realizarem uma investigação minuciosa do crime que vitimou, mortalmente, o professor e sociólogo Laurindo Vieira, na tarde de quinta-feira, em Luanda.
Em reacção à morte do professor, a Provedoria divulgou um comunicado de imprensa onde expressa condolências à família enlutada e pede, encarecidamente, à Polícia Nacional para reforçar a questão da segurança pública.
No documento, assinado pela provedora de Justiça, Florbela Araújo, a Provedoria considerou bárbaro, repugnante, hediondo e desumano o acto de violação do mais importante dos direitos humanos, a vida.
"A Provedoria tomou conhecimento, com profunda dor e consternação, do falecimento do sociólogo, que exercia, até à data da morte, as funções de Reitor da Universidade Gregório Semedo e de analista social, assim como espera que justiça seja feita”, realça.
Em vida, refere o comunicado, Laurindo Vieira manteve um vínculo com a Provedoria de Justiça, tendo sido o primeiro director do Gabinete da primeira provedora de Justiça-Adjunta, posto em que trabalhou, durante anos, com dedicação.
"A sua morte representa uma perda irreparável ao país e à Provedoria de Justiça, porquanto com ele a instituição logrou muitas experiências, que se estenderam, igualmente, ao âmbito da academia”, destaca o documento.